17 dezembro 2016

É uma vergonha

A primeira escola pública aparece em 42º lugar no ranking, mas o destaque, pela positiva, é dado às escolas públicas e, pela negativa, às privadas.

Estes tipos não são jornalistas. São sequazes de um regime político que arruinou o país.

Num regime democrático, a função do jornalismo é a de servir de filtro entre os políticos e a população, distinguindo a verdade da mentira, a boa acção governativa da má, o uso legítimo do poder do seu abuso.

Nada disto está presente nesta espécie de jornalismo - apenas o seu contrário.

A escola de jornalismo inaugurada pelo Expresso, continuada pelo Público, e imitada por muitos outros órgãos de comunicação social está resumida no livro do José António Saraiva - "Eu e os Políticos" - que foi durante 25 anos director do Expresso. É a escola da promiscuidade entre jornalistas e políticos.

O Estado Novo, com a sua Censura, produziu um jornalismo que se aproximava imensamente mais do ideal democrático do que este, que é a sua negação. A própria Censura encorajava a desconfiança,  o afastamento e a independência dos jornalistas em relação aos políticos.

Existiam jornalistas afectos ao regime, mas mesmo nesses era possível encontrar um módico de independência e, por vezes, bastante qualidade intelectual e profissional. António Ferro é o paradigma.

Porém, a esmagadora maioria dos jornalistas no Estado Novo eram homens ferozmente independentes do poder político e, muitos deles, seus críticos radicais. Um deles acabou mesmo a ganhar o Prémio Nobel da Literatura.

O jornalismo actual, pelo contrário, faz a propaganda do poder político,  desvirtua a verdade, omite-a com frequência, e nalguns casos substitui-a pelo seu oposto - a mentira. Está ao serviço do poder, não dos cidadãos. É uma vergonha.

Qual é a verdade no caso do ranking das escolas?

Que as escolas privadas deram um tremendo banho às escolas públicas.


10 comentários:

Anónimo disse...

Tudo o que escreveu é verdade, mas não terá qualquer impacto. Os lobos já substituíram as ovelhas. Todos estes aldrabões vivem do sistema, sabem a quem têm que agradar.
Todos os partidos padecem de desonestidade básica e usam todos os meios para adquirir influência mediática, mas o PS é a mão que embala o berço. As escutas telefónicas mostram um Sócrates a comprar a imprensa, no seguimento do Godfather Soares, como denunciou o dr Rui Mateus.

Euro2cent disse...

> mas não terá qualquer impacto

Não precisa de ter.

A esmagadora maioria da população tem tão boa conta dos jornalistas como dos políticos, e acredita igualmente em ambos.

Só diferencia que uns têm algum resquício de valor de entretenimento e outros não.

Ricciardi disse...

Meta o pessoal dos bairros de lata a estudar nos colégios privados e verá para onde vão as classificações.
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Depois, se ainda não estiver convencido, tente perceber porque razão os alunos universitários que vieram da escola pública tem em média melhores notas do que aqueles que vieram das privadas.
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Rb

Ricciardi disse...

A conclusão de que os jornalistas são fraquinhos também pode ser feita para comentadores, bloggers e quejandos.
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Beberam todos da mesma fonte de conhecimento.
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O jornal público é tão fraco que os comentadeiros passam a vida a lê-lo e a comentar artigos.
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É dos poucos jornais onde não se vê facciosismo. Dos poucos com matérias de interesse.
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Se assim não fosse ninguém se dava ao trabalho de passar a vida a esmiuçar a opinião dos respectivos jornalistas.
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Rb

Ricciardi disse...

Bom, isto de dizer que os jornalistas do velho Estado Novo eram melhores porque havia censura a limita-los é tão, digamos, intelectualmente ridículo, que dizer que um cão preso comporta-se melhor do que um cão livre.
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Rb

Ricciardi disse...

Anyway, num país em que a opinião é livre, qualquer um pode criticar o negócio doutrem. Mesmo um jornal. Com maior ou menor safadeza, como diria Marco Paulo, as redes sociais são livres de vilipendiar um negócio honesto como é o jornal Público. E não lhes acontece nada.
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Estou convencido de que se fosse ao contrário, se fosse o jornal a denegrir o negócio doutrem caia o Carmo e a Trindade.
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Rb

marina disse...

PA , comecei a ler esta entrevista , a uma senhora que escreveu um livro " a lenda negra " e que opina que sempre houve analfabetos , mas que é a primeira vez que saem da universidade , e voilá , outra PA :) :

El protestantismo tenía mucho de nacionalismo.
El auge imperial español coincidió con el nacimiento de varios nacionalismos y chocó con ellos. El primero fue el germánico que no encontró la forma de articularse políticamente. Los príncipes alemanes se apoyaron en el protestantismo para poder luchar contra Carlos V y su idea de una Europa unida. El protestantismo creó iglesias nacionales mientras que España se apoyó en la idea multinacional de la religión católica, que era en un sistema moral en el que podrían convivir diferentes naciones.


http://www.elmundo.es/opinion/2016/12/17/58541208268e3e257c8b465c.html

marina disse...

esta resposta da senhora está muito boa :)

P: Ahora en los colegios ingleses no enseñan a Kipling para no ofender sensibilidades. ¿Un nuevo índice de los libros prohibidos?

R: También ingleses y franceses prohibieron libros. Desde que las iglesias han dejado de elaborar la moral social, han aparecido una serie de administradores de la moral que son los que vienen a decirnos qué tenemos que creer y pensar.

Anónimo disse...

Só acredito na superioridade da escola privada sobre a pública, quando todos os alunos, no final de cada ano, forem submetidos a exames nacionais, em escolas diferentes das que frequentaram, controlados por professores diferentes.

Quando eu era miúdo, terminada a 4ª classe, havia um exame de admissão ao liceu ou às escolas preparatórias para quem quisesse seguir os cursos industriais, comerciais ou artísticos. Esse exame era feito numa escola diferente daquela que frequentamos. Não havia batota.

Com a realidade actual, há que defender o negócio, inflacionar notas e passar toda a gente.

cicrano

Pedro Sá disse...

VERGONHA É ROUBAR E SER APANHADO.

E NADA mais que isso.