28 dezembro 2013

todos os conhecimentos são úteis


A história da filosofia é como a de um pai que vê os filhos saírem de casa, começa por os alimentar e educar, e a certa altura estes tornam-se adultos e saem de casa.
Foi isso que aconteceu com a física, com a matemática, com a lógica, com a epistemologia ,etc. Aparentemente só lá ficou a metafísica, a área do conhecimento que está para além da física. Aristóteles chamou-lhe “filosofia primeira” ou teologia, e era um capítulo que nas suas obras se seguia à física. Na filosofia primeira, Aristóteles debruçava-se sobre “a causa das causas”, sobre Deus (o que eu chamo o Princípio).
Mas até os filhos adultos regressam à casa dos pais, com histórias para contar, de experiências e de conhecimentos que adquiriram. Ora, “em verdade vos digo” que o mesmo se passa com as disciplinas que se autonomizaram da filosofia. Os conhecimentos adquiridos pelos cientistas ficam disponíveis para os filósofos explorarem “a causa das causas”.
Que sentido faria que um filósofo negasse os conhecimentos da biologia (do evolucionismo, por exemplo), da genética, da neurologia ou da física? Essa atitude seria a de um fundamentalista religioso e não a de um ser que busca a Verdade.
O estudo das Leis Universais (ver aqui) dá-nos ferramentas para explorar o Princípio. Devemos rejeitá-las?
O nosso leitor Euro2cent, que me parece uma pessoa culta e até sábia, pela abrangência dos seus comentários, que citam Marx e Jane Austin, para além dos conhecimentos de psiquiatria que lhe permitem diagnosticar-me um “delírio febril” e até recomendar-me uma terapêutica antipirética, pensa que não. Pensa que há uma área do conhecimento, chamada metafísica, para a qual devemos partir como Deus nos trouxe ao mundo, despidos de qualquer conhecimento analítico.
Pois bem, no meu delírio bio-físico-filosófico, eu penso o contrário. Todos os conhecimentos são úteis para buscar a Verdade. A consiliência procura precisamente harmonizar o conhecimento de todas as disciplinas.
Esse esforço pode ser inútil, como já aqui sublinhou o PA, mas há um aspecto que não devemos esquecer. Pelo menos temos de ter consciência das áreas em que os conhecimentos das diversas disciplinas são contraditórios, para percebermos onde podemos estar a errar.

5 comentários:

Anónimo disse...

É assim mesmo Joachim. Sao vários os caminhos para chegar à Verdade. Seja ela qual for.
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Boa parte dos filósofos relevantes de que se fala viveram num enquadramento de conhecimento bem difrente daquele que hoje temos.
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Eles proprios eram a representacao da ciencia. E era porque tinham conhecimento cientifico que filosofavam melhor.
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Um filosofo era em simultaneo medico, astronomo, fisico, alquimista, matematico e ainda dava uma perninha em traducoes de linguas. Com o avanco da ciencia um só homem deixou de poder acompanhar ou congregar o conhecimento todo em si mesmo. A autoridade dos filosofos da actualidade deixou de estar no conhecimento que eles proprios têm, mas na confiança que lhes merecem o conhecimento dos outros.
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Quer-me parecer que a filosofia nos dias q correm pouco se diferencia da Sociologia ou doutro ramo qualquer de analise da humanidade.
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Esistem poucas ideias novas acerca da busca pela verdade das coisas. O que vemos é uma chusma de gente que articula palavras com ideias passadas.
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Rb

zazie disse...

A ignorancia 'e muito atrevida.

Sabem la v.s em que consiste a Filosofia.

Anónimo disse...

A filosofia pergunta. A ciência responde.
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Para perguntar é preciso ter conhecimento. Para conhecer é preciso fazer perguntas e experimentar respostas. Pescadine with de rabe in the mouth.
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Existem, porém, questões que não são susceptiveis de resposta por parte da ciencia. A Politica por exemplo, e a Liberdade, Moral, Infinito, Deus etc. Cenas abstractas, em suma, que não tem resposta única. A razão tem muitas razões.
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Rb

zazie disse...

Nao.

Nao ha perguntas formuladas filosoficamente a que a ciencia responda.

ciencia apenas responde ao modo como as coisas acontecem.

A filosofia vai mais longe em todas as questoes.

zazie disse...

Filosofia 'e ?

interrogacao a tudo, perante o qual nao temos resposta.

E interroga as questoes em que acentam todas as ciencias, a logica, o conhecimento, a estetica, etc.