25 novembro 2013

a rainha eterna

Era o ano de 1646. Por toda a Europa do norte, no continente e nas ilhas britânicas, lutavam-se guerras ferozes e faziam-se revoluções causadas pela difusão das ideias protestantes, que são ideias divisivas e sobretudo masculinas e que pretendiam reorganizar as nações à luz da imagem de um homem. A Guerra dos Trinta anos durava então há vinte e oito.

Portugal tinha reconquistado a independência de Espanha. E o nosso rei D. João IV consagrou Nossa Senhora da Conceição como a padroeira de Portugal. Mais, a partir de então iniciou-se uma tradição que durou até ao fim da monarquia, durante mais de 260 anos. Não mais um rei português ostentou a coroa, transportava-a na mão ou debaixo do braço, mas não mais a colocou na cabeça. A decisão teve enorme apoio popular.

O sinal transmitido por esta tradição é claro. A rainha de Portugal, o símbolo da Nação, é uma rainha eterna, e  é uma figura de mulher. O rei, tirando a coroa, põe-se ao serviço dessa mulher.

Não existe, no meu conhecimento, acto mais simbólico da nossa reacção ao protestantismo, e de reivindicação da nossa cultura tradicional e católica, do que este.

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