01 outubro 2013

Mas onde é que estava o pai?

Eu estou impressionado com a discussão que o Rui e o CN têm mantido aqui e no Insurgente acerca de vários problemas, como o abandono de filhos e o aborto.

Eu acredito verdadeiramente na filosofia, embora não em toda a filosofia. A filosofia visa dar-nos sabedoria, e a sabedoria serve para termos uma vida boa, que é aquilo que eu  desejo para mim e para todas as pessoas sem excepção.

Eu nã aprendi muito com a discussão entre o Rui e o CN acerca do abandono dos filhos (idem acerca do aborto). Mas a discussão entre eles levou-me, pelo menos, a pôr uma questão. Eu peço desculpa se a questão é paroquial:

-O que é que eu faria se um filho meu abandonasse os seus filhos (isto é, os meus netos)?

A primeira coisa que faria seria ir ter com ele. Mostrar-lhe-ia assim, por actos e não meramente por palavras, que mesmo na minha idade um pai não abandona o seu filho. Estaríamos agora os dois.

-Eu devia-te ter feito o mesmo a ti, pá... e logo à nascença... sempre queria ver o que é que tu serias hoje...

Seria assim que a conversa começaria.

Estou a supor uma situação de facto consumado. Certo que o melhor seria prevenir. E eu previno? Sim, tanto quanto posso. Como? De várias maneiras, aquelas que me ocorrem e de que sou capaz.

Existe uma que já é quase lendária na minha família, e que se sumariza numa pergunta, que todos à minha volta conhecem e que glosam com o humor que lhes apetece.

Quando os jornais fazem parangonas de algum adolescente ou jovem adulto que cometeu um acto que lhe estragou a vida, e frequentemente a de outras pessoas (v.g., o caso do norueguês que matou várias pessoas ou do jovem português que foi a  Nova Iorque com o Carlos Castro), eu tenho uma pergunta que é sacramental acerca do autor da façanha:

-Mas onde é que estava o pai?

E a resposta, quase que invariavelmente, é sempre a mesma: Não estava.

Para os jovens pais que me ouvem, a começar pelos meus próprios filhos, eu não conheço melhor lição:

-Mas onde é que estava o pai?

8 comentários:

CN disse...

O pai deve ter palavra na capacidade de aborto?

Com toda a certeza. Na versão criminal que me parece consistente como cristianismo, e ainda que sendo crime, não existisse pena, o pai deveria poder impedir o aborto assumindo a custódia unilateral do filho.

Quanto a outros tempos, o pater familias, desde o tempo dos romanos e que se prolongou pela idade media, o poder do pai sobre a vida e arte dos filhos era total, incluindo renunciar, ostracizar, deserdar. O respeitinho que já não é de hoje mas subsiste na memória vem daí.

Nestes tempos, o pai está obrigado pelo estafo a pagar pensão seja o que acontecer, e isso inclui o pai poder achar que o filho não o merece por alguma razão grave.

É a "moral" do estado.

Vivendi disse...

o pai, os avós, os padrinhos, os tios...

Todos eles tem um papel de proteção.

Pedro Sá disse...

Pelos vistos o pai estava lá no caso dos assassinos de Columbine, p.ex.:

http://en.wikipedia.org/wiki/Eric_Harris_and_Dylan_Klebold

Pedro Sá disse...

Note-se que se o meu pai me viesse com uma conversa dessas à cabeça era corte de relações imediato e definitivo. Era o que mais faltava.

Anónimo disse...

Quanto a outros tempos, o pater familias, desde o tempo dos romanos e que se prolongou pela idade media, o poder do pai sobre a vida e arte dos filhos era total, incluindo renunciar, ostracizar, deserdar. O respeitinho que já não é de hoje mas subsiste na memória vem daí.

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E que tal voltar para os "tempos" do Afganistao actual?. Isso sim é...prugresso !

lusitânea disse...

Existe por aí muito cuco acolhido que nunca se assumirá como pai, embora faça filhos com fartura.E como bom cuco que é coloca os filhinhos no ninho alheio ao cuidado do Estado Social Internacionalista.Tal como acontece no ninho do cuco jóvem que deita borda fora a concorrência o nosso Estado Social Internacionalista atende preferencialmente os mais pobres, com base em atestado de pobreza baseados na cor da pele.Nos impostos é ao contrário...
Dano colateral:5 filhos por mães preta, mesmo que mãe solteira e zero nas brancas pois os machos emigraram...

Vivendi disse...

A cidade do Porto escolheu um protestante alemão...

http://www.jornaldenegocios.pt/economia/autarquias/detalhe/rui_moreira_a_marca_fc_porto_nao_tem_sido_util_a_cidade.html

Merece algum comentário seu PA?

Anónimo disse...

-Mas onde é que estava o pai?

A pergunta certa seria: onde estava a MÃE?

D. Costa