30 setembro 2013

ainda o aborto e abandono

O Rui A. e outros comentadores gostam de atacar toda uma obra que analisa do ponto de vista da filosofia do direito, que actos justificariam o uso da violência através do critério do direito de propriedade. E porquê? porque o julgamento moral pelo uso de inclusão/ostracismo não são pena suficiente, parece. Não vejo outra razão. A pesada espada da lei está ausente.

Depois, parecem chocados com a descrição de aborto: a expulsão do feto do corpo da mãe por esta o achar indesejável. Mas o aborto é outra coisa?

Aliás, Rothbard até vem em defesa do argumento católico:  
"Em primeiro lugar, devemos observar que a posição conservadora católica geralmente tem sido rejeitada muito rapidamente.  Esta posição afirma que o feto é uma pessoa viva e, portanto, que o aborto é um ato de assassinato e, por isso, deve ser declarado ilegal como qualquer outro caso de assassinato."
O Rui A. parece no entanto estar de acordo com Rothbard com a sua não-criminalização. Por isso não se entende bem contra quem está o Rui A. a lutar, será conta a descrição do acto? Será por expor com demasiada verdade crua do que se trata?

E até acha por bem apontar como de extraordinário que Rothbard afirme:
"O que nos interessa neste livro é o direito de as pessoas fazerem ou não fazerem diversas coisas, não se elas deveriam ou não deveriam exercer estes direitos.
O livro é sobre isto, não é um tratado de moral, esse seria outro, é um sobre a determinação da aplicação da violência legal, o que obriga a determinar o que está sob a alçada da ética, separando do julgamento moral. Porque se forem a mesma coisa, desculpem lá, estou a lembrar-me de muitos mais actos passíveis de criminalizar devido à sua imoralidade.

Mas sob que argumento pode o aborto não constituir um crime (posição, parece do Rui A. embora falte a justificação)? a única forma de justificar o não-crime do aborto será a capacidade da mãe em expulsar o feto porque... o corpo é propriedade da mãe, e a expulsão, apesar de constituir um acto imoral, e passível de assim ser julgada por terceiros com as devidas consequências sociais, não constitui causa para o uso da violência (exercício de uma pena).

Que o aborto e abandono são actos imorais parece claro, e como tal devem estar sujeitos ao julgamento moral que tem em conta também as circunstâncias particulares de cada caso, mas a aplicação da violência tem de ser correctamente justificada.

E na verdade, interpretando a relação de guarda como um acto voluntário, que no acto da concepção o torna implícito (existe a excepção no caso de violações) como tal, o aborto representa um abandono (por expulsão do corpo da mãe) muito mais gravoso que o abandono de uma criança nascida em condições de poder ser acolhida em guarda voluntária por terceiros.

Portanto restam algumas posições possíveis:
1) só uma teoria de direitos de propriedade, que inclui a capacidade de praticar o acto imoral da expulsão, pode des-criminalizar o aborto. Esta via obriga ao seu defensor a ser coerente com os restantes direitos de propriedade. Coisa que em geral nem é, o que põe em causa o argumento inicial de muitos.
2) uma segunda via de não-criminalização menos ampla (a que resultou de publicações posteriores por rothbardianos) dirá que qualquer acto de expulsão ou abandono deve ser efectuado com os cuidados possíveis para a possível transferência de guarda em segurança, coisa que a tecnologia actual não permite, e assim, este acto de expulsão do feto, não constituirá crime devido à pouca ou nenhuma probabilidade de um terceiro poder evitar a morte do feto mesmo que assumindo a sua guarda. Algo, que um dia poderá vir a ser diferente. De igual forma, o abandono de uma criança poderá não constituir um crime, apesar de imoral, se efectuado com os cuidados devidos em potenciar a transferência da guarda por terceiros.
3) o aborto é sempre crime, porque, não havendo sequer possibilidade de ser providenciada uma transferência de guarda sem perigo, nas condições actuais, tal expulsão não pode ter lugar.
Devo dizer que o ponto 3) deve ser o defendido por cristãos e católicos e de resto assim é por muitos, que no demais concordam com as diferentes conclusões na obra de Rothbard.

O que fica por decidir é que espécie de pena deve ser exercida. Eu tendo a seguir a via que ainda que evitando a classificação de crime público que levanta muitos problemas, deve ser possível proibir o seu exercício a nível local, no âmbito da autonomia de regulamentação vária (que se deve estender a outros não-crimes do ponto vista civil, como a prostituição ou a droga). Adicionalmente, ainda pode a sociedade civil exercer, se o entender, actos de ostracismo (no caso da droga e álcool, existem por exemplo, os testes rotineiros por entidades empregadoras), que, numa outra ordem social menos estatizante, poderiam ser muito amplos.

A análise do abandono de guarda é muito mais fácil e menos gravoso. Se os pais pretenderem pôr fim à guarda que assumiram anteriormente, têm de tomar as medidas necessárias a permitir que terceiros (individuais ou colectivos) possam assumir a capacidade de guarda. Será assim crime, se estes cuidados não forem tido em conta. E desde sempre se abandonaram bebés e crianças à porta de instituições ou pessoas tidas como responsáveis. Corresponde ao "não querer alimentar". Na medida em que cada vez menos, tal possa suceder, ou que, como no caso do estatismo presente, sejam dificultadas as funções de acolhimento e transferência da guarda para terceiros, só estão a incentivar o aborto.  E isso parece-me imoral.

Devo também chamar a atenção para a acepção da "inação por não alimentar". Se tal for assumido sem mais, porque têm apenas os filhos de ser protegidos por tal interpretação? Pelo contrário, o socialismo tem toda a legitimidade e mais alguma para exercer toda a repressão violenta para que se dê uma transferência de rendimento para as pessoas necessitadas. Porque o contrário seria crime por inação.

52 comentários:

zazie disse...

V. não é lá muito honesto intelectualmente.

Já se respondeu a isso e v. passou por cima.

Portanto, assim sendo, vai também ficar a falar para o boneco.

Porque eu argumentei e v. não respondeu.

E depois faz sempre o mesmo truque- pega pelo básico que ninguém defende, sendo incapaz de argumentar quando se lhe apresentam argumentos que rebatem os seus fundamentos.

zazie disse...

!- é mentira que o aborto seja uma mera descrição factual de como si um embrião de um corpo humano.

Isso é de tal maneira idiota que podia aplicar a tudo o resto-

morrer também é esticar o pernil;
toda a gente morre
qual é o azar de ajudar a isso?

é esta a lógica idiota de dizer que a questão do aborto se resume à descrição física do modo como acontece.

Pode acontecer por aciedente

Pode acontecer por agressão

Pode acontecer por deliberação do próprio

E nada disto é reflexão acerca do direito ao aborto.

zazie disse...

E v. refugia-se numa treta do Rui a ser a favor da despenalização para defender a argumentação do Rotbhard

Acha que o Rothbard sonhou cvom o Rui a para escrever e defender o que defendeu?

Na volta doi isso- porque o seu argumento é isto.

zazie disse...

O problema do Rothbard é outra coisa:

ele faz parte dos ateus que querem uma sociedade laica onde os valores morais fiquem de fora da lei.

É literalmente isto.

E foi daqui que surgiu essa patranha da dita "ciência da ética".

Porque assim, a dita Ciência da Ética, nem tinha de prender-se com tradições do foro religioso que sempre foram a bae moral tradicional.

V. tem um problema teórico gigantesco- só refugiando-se nas fraquezas do adversário consegue escapar à sua gigantesca contradição:

A contradição de um católcio que se diz anarco-capitalista de feição materialista-ateia.

zazie disse...

E a historieta do ostracismo é mentira.

Ora explique lá onde é que é socialmente permitido excluir de uma comunidade, de um bairro, de um emprego, da sua terra, uma pessoa que abortou?

E o que a engravidou e ajudou a mesmo, como é, também é desterrado?

Aponte lá no mapa onde é que isso acontece.

zazie disse...

O que há de perfeitamente marado nesta treta ideológica da neotontice anarquista (e da outra, idem) é que falam como se se tratasse de coisas básicas da realidade mas essa realidade não existe.

é um projecto de um mundo que ainda não nasceu

AHAHHAHAHA

é COMUNISMO- É IGUALZINHO.

zazie disse...

Mas desta vez, como não conseguiu responder, bateu o record da demagogia.

Esse ponto 3 é cá uma coisa que faz favor?

Está a falar de quem e para quem?

Faça lá copy paste, porque eu não escrevi isso.

Não sou retardada mental.

Como é óbvio um católico defende a possibilidade de adopção.

Mas isso não é abortar.

E antes da adopção o que qualquer católico defende é que ninguém deve ficar sem possibilidade de ter o filho que está a gerar por falta de meios materiais para o criar!

Isto sim. Todas as organizações católicas defendem e apoiam grávidas não para elas abortarem nem para elas largarem os filhos que estão a gerar.

Mas para os poderem ter.

Porque o oposto é utlitarismo e até interesas à gayzada.

Nada melhor que incubadoras para irem buscar os filhos que não podem gerar.


Nem sequer v. era capaz de explicar as circunstâncias em que seria legítimo engravidar para depois dar o filho; daquelas em que tal acontece sem ser por plano de quem engravida.

As barrigas de aluguer, por essa lógica, estaam mais que legitimadas.

Ora até o nosso código diz que a sociedade tem obrigação de evitar que uma mulher aborte por falta de meios para sustentar o filho.

Os zsacanas dos jacobinos, com alguns curas de passeata a a ajudar, passaram por cima disto e chegaram mesmo a adulterar o que vem na lei para fazerem passar o que na altura chamavam de "aborto à modelo alemão".

zazie disse...

A treta da porpiedade propriedade privada para teoricamente resolver a questão é tão anedótica que nem vou comentar.

Por caridade. Porque teoricamente só se pode dizer que uma solução é a única, depois de se analizarem todas as outras.

V. nem aponta mais nada. Diz que é a única porque sim.

Na volta é a única porque foi a única que decorou e pronto.

Eu curto-o muito e nem quero chatear.

todos temos as nossas pancadas e esta da religião ancap é a sua.

Mas é um bacano, apesar de se pirar quando não tem resposta.

rui a. disse...

Carlos Novais,

Enquanto vc. não entender a distinção entre "lei" e "direito", por outras palavras, enquanto não souber o que são fontes de direito, o que manifestamente não sabe, a nossa discussão está inquinada ab initio. Vc. nunca entenderá que um determinado acto tenha relevância jurídico-penal, sem necessariamente ser obra de um legislador, e isso impede qualquer debate esclarecedor, porque vc. confunde os conceitos.

Isto significa, também, que vc. não é capaz de distinguir as normas jurídicas da lei, o que também não ajuda nada.

Por outro lado, tem vc. toda a razão quando afirma que eu acho que o ostracismo não é suficiente para impedir que pessoas de má índole, ou de insuficiente formação moral, pratiquem actos ilícitos e ponham em causa a vida e a propriedade das pessoas. Vc. acha que um ladrão, um psicopata homicida ou um crápula ficariam muito incomodados por estarem ostracizados de determinados ambientes sociais e que isso seria suficiente para dar segurança às pessoas e às suas propriedades? Está certamente a brincar, não está?

Por último, o direito de propriedade não pode legitimar, do ponto da vista daquilo que vc. entende ser a "ética" e cuja definição, deixe-me que lhe diga, é muito pobrezinha (a "ética", meu caro, não é aquilo que é ou deixa de ser proibido pelo legislador, gaita!), que um pai deixe um filho morrer à fome, apenas em nome do princípio de que faz daquilo que é seu o que bem lhe apetece.

Esta consequência lógica, que, aliás, o Rothbard assumiu com sinceridade e em relação à qual vc. tenta fugir com piruetas de lógica incompreensível, é que vc. não consegue desmentir, nem justificar.

Por último, já me esqueci qual é, afinal, a sua posição sobre o aborto? Defende a sua criminalização, ou acha que as clínicas que o fazem devem estar de porta aberta e de anúncio nos jornais, embora - coitadinhas - certamente ostracizadíssimas. Esclareça lá isto, de vez e sem meias palavras, para ver se eu entendo o que é que vc. anda a dizer.

zazie disse...

O CN está à espera que a cientoinice consiga transferir um feto de poucos meses para o lar de um casal gay.

Depois disso, ele pronuncia-se.

ehehehehe

zazie disse...

Melhor seria até de um embrião.

De um embrião. Se o embrião for transferido, nem nota a diferença entre a mãe e a mãe-barbuda.

É tudo uma questão de ética-laboratorial.

Já sabemos como saem, agora resta o "tranfer" para os direitos de saída serem perfeitos, apra felicidade dos envolvidos e pedagogia moral dos restantes não envolvidos.

zazie disse...

Outra coisa, v. diz que o Rothbard até veio em defesa da posição católica acerca do aborto e citou apenas uma passagem.

Foi pena ter cortado o que se segue ao que citou.

Fica aqui, para que se compreenda como deturpou e como o Rothbard não defende coisa nenhuma católica, mas apenas a treta dos direitos do euzinho que é sagrado:

"Em primeiro lugar, devemos observar que a posição conservadora católica geralmente tem sido rejeitada muito rapidamente. Esta posição afirma que o feto é uma pessoa viva e, portanto, que o aborto é um ato de assassinato e, por isso, deve ser declarado ilegal como qualquer outro caso de assassinato....




A resposta mais comum é que se deve simplesmente demarcar o nascimento como o início da vida de um ser humano possuindo direitos naturais, incluindo o direito de não ser assassinado; antes do nascimento, prossegue a contra-argumentação, a criança não pode ser considerada uma pessoa viva.


Contudo, a réplica católica de que o feto está vivo e na iminência de ser uma pessoa em potencial fica então perto demais da opinião geral de que um bebê recém-nascido não pode ser agredido porque ele é um adulto em potencial. Enquanto o nascimento é de fato a linha de demarcação apropriada, a formulação usual faz do nascimento uma linha de divisão arbitrária, e falta fundamentação racional suficiente na teoria de autopropriedade.

A fundamentação apropriada para analisar o aborto está no absoluto direito de autopropriedade de cada homem. Isto imediatamente implica que toda mulher tem o absoluto direito ao seu próprio corpo, que ela tem o domínio absoluto sobre seu corpo e sobre tudo que estiver dentro dele.
Isto inclui o feto.

A maioria dos fetos está no útero da mãe porque a mãe consentiu a esta situação, porém o feto está lá pelo livre e espontâneo consentimento da mãe. Mas, se a mãe decidir que ela não deseja mais o feto ali, então o feto se torna um invasor parasitário de sua pessoa, e a mãe tem o pleno direito de expulsar o invasor de seu domínio. O aborto não deveria ser considerado o "assassinato" de uma pessoa, mas sim a expulsão de um invasor não desejado do corpo da mãe


.[2] Quaisquer leis restringindo ou proibindo o aborto são portanto invasões dos direitos das mães.

zazie disse...

autopropriedade!

É este o busilis da questão.

Na minha barriga mando eu= auto-propriedade de tudo o que está dentro do seu corpo.

zazie disse...

Como é óbvio, para um católico, a vida é uma dádiva divina. Não é o ser humano que a consegue fabricar.

De resto, o Rothard tem para aí dificuldades de raciocínio tremendas.

Como é que ele consegue passar da afirmação que o feto acontece por responsabilidade da mãe, para- por desejo da mesma, também se pode transformar num parasita invasor a que ela tem direito de expulsar, pelo facto de sr auto-proprietária do corpo e de tudo que lá está dentro?


Esta parte é um gigantesco disparate. Porque seria absolutamente aleatório ter-se gerado vida e isso constituir uma dádiva e uma responsabilidade- pelo ter-se gerado vida e isso ser algo repulsivo a que se tem o direito de extirpar.


Ele nem teoricamente consegue justificar a mudança.

É uma espécie de possessão a que o tal sujeito adulto nem tem vontade. Acontece-lhe- a felicidade ou infelicidade da Vida tem dias.

zazie disse...

Não existe sequer consciência nem problemas dessa índole.

Ele v~e o ser humano como uma máquina.- à Hobbes (só por causa das coisas que é daqui que isto tudo vem)

O pessimismo pela condição humana. O pessimismo do homem máquina.

O Marx vai transformar este homem-máquina-economicus, numa máquina de trabalho.

O ponto de partida é igual. É materialismo ateu.

CN disse...

Zazie: não estou a perceber. Então é a favor da criminalização pelo ponto 3)? Eu também. Apenos retiro é a forma de castigo para o julgamento social e a possibilidade de proibição do aborto de dorma descentralizada.

zazie disse...

Mas que é isso de "transferência sem guarda".

Não é nada. Ninguém anda a transferir filhos.

O julgamento social é o que é, nada dissoe é lei nem substitui a lei.

Como o Rui A já disse, v. confunde posições teóricas éticas com código penal.

E mais, v. parte do princípio que não existia nada. Nem lei, nem sociedade nem tradições.

Depois inventa casos limites em laboratório para daí retirar o qhe lhe apetece.

Aliás, faça-se justiça. Não é v. que faz isto. São os patetas ancap que v. defende.

zazie disse...

V. tinha apenas de justificar as razões invocadas pelo Rothbard.

E é claro que não consegue.

Daí esconder até parte do texto, a ver se engromina.

zazie disse...

O que aí está escrito é que a lei não pode penalizar quem aborte pelo único motivo de ser um direito do próprio ao uso do corpo.

V. tinha de explicar como concorda com isto.

Esse direito, para o Rothbard, é como um capricho. Tanto é da responsabilidade da mãe (o pai não existe) como se pode transformar em parasita a que ela tem direito de expulsar.

Esse direito nem é moral, nem racional, nem social, nem tem justificação por doença, má-formação do feto, perigo de vida da mãe, impossibilidade de sustentar filho, etc etc.

Nada disso afecta a lógica besta do materialismo do Rothard



É um direito auto-referencial- tem -porque biologicamente o corpo é seu.

Donde ele coloca a ética ao nível do arbítrio do corpo.

O que é estranho porque a lei ou a moral não derivam das trompas ou do útero mas da valorização sobre a vida.

zazie disse...

Isto é tão básico, tão medíocre que eu nem devia estar a perder tempo com isto.

CN disse...

Zazie, não escondi nada. Rothbard reconhece que existe acto que resulta na morte de uma pessoa tal cono os católicos o vêm, o que defende de forma consistente é que a morte resulta de uma expulsão legítima, tal como a lei de resto o faz, embora hipocritamente não queira assumir a morte de um ser humano portanto arranja argumentos biológicos para acalmar a consciência.

zazie disse...

Porque é que a expulsão é legítima?

Explique isto, porque ele não consegue!

É moralmente legítima?

zazie disse...

O que ele diz é dea mesmíssima ordem de se dizer que matar alguém com uma pistola é legítimo desde que essa pistola esteja agarrada à mão de quem dispara.

Foi esta imbecilidade que o Rothbard escreveu.

É legítimo expulsar o filho porque o filho, apesar de não ter entrado pelo seu próprio pé, está dentro do corpo da mãe e tudo o que lá está dentro, é dela.

Logo, cada um faz o que quer com o que lhe pertence.

Explique como concorda com esta imbecilidade e não disfarce nem fuja.

CN disse...

É imoral mas legitima porque existe uma expulsão do seu corpo, dado recusar a condição de hospedeira e gestação.

É imoral mas nesta perspectiva legítima.

Existe outra forma de não criminalizar o aborto?

zazie disse...

Como assim?

. É imoral mas pode-se fazer?

Claro, tudo o que é imoral pode ser feito.

O que v. tinha de explicar é de onde é que retira que a liberdade de poder fazer é superior a poder fazer mas não fazer- PORQUE NÃO SE DEVE FAZER E PORQUE ISSO NÃO É VIA PARA FELICIDADE!

zazie disse...

E pare com essa demagogia do criminalizar.

Estamos a falar do que se deve ou não deve fazer.

O Rothbard coloca a questão do ponto de vista ético/moral.

Dá o slato para lei sem passar pelo fundmento que sustenta o raciocínio.

Ele diz que pode fazer porque biologicamnte é possíel.

Pode/ sentido moral- de dever, torna-se algo instrumental de "biologicamente ser possível.

É um erro de tal modo estúpido que mete dó.

O tipo era mongo.

zazie disse...

Quer ver a besteira que escreveu?

É imoral mas legitima porque existe uma expulsão do seu corpo, dado recusar a condição de hospedeira e gestação.

É imoral mas nesta perspectiva legítima.


Que é isso de ser imoral mas legítima?

Uma imoralidade é legítima moralmente, como?

V. justicica algo do foro do dever- do foro da liberdade de consciência e de acção, pelo facto de ser biologicamente possível.

Portanto, os seres humanos são escravos das possibilidades do seu corpo.

Aborta-se do mesmo modo que se caga- o corpo permite- é moralmente legítimo cagar ou abortar, porque biologicamente é possível.

CN disse...

A obra é sobre o que se pode ou não pode fazer do ponto vista criminal, não um tratado de moral sobre o que se deve fazer. Custo muito perceber isso? É um livro feito só paa analisar onde a violência pode ser aplicada

zazie disse...

Para o caso tanto faz. Até podia ser de culinária.

A questão é que está aí um raciocínio que começa por partir de um valor ético para concluir que ele não existe pelo simples facto da propriedade biológica do corpo falar mais alto.

E o modo como justifica é aleatório- deve mas nâo deve. Quem retira o dever de campo é pura biologia.

isto ´não é nada.

Isto é chumbo em qualquer matéria. É chumbo de caloiro seja no que for.

É uma vergonha de argumento mal amanhado.

zazie disse...

Mas olhe- o Peter Singer faz o mesmo.

O aborto passou na lei por pura cientoinice biológica.

A bioética, meu caro. A bioética dos vegas de Cambridge. A bioética que já justifica infanticídio da mesma maneira.

zazie disse...

V. mesmo escreveu aí em cima:

É imoral mas nesta perspectiva legítima.

E a "perspectiva" resume-se ao facto biológico de tal poder ser feito.

Como é óbvio, se biologicamente ninguém pudesse abortar, não havia problema ético acerca da morte de uma vida gerada.

Esta é de La Palisse.

CN disse...

Zazie, legítimo significa poder praticar um acto sem que terceiros possam reivindicar o uso da violência para impedir ou punir esse acto. Portanto, é a favor que essa violência seja exercida e que forma assumiria?

zazie disse...

Tire lá a biolência que até parece a Luciana Abreu.

Não desvie. Eu podia responder-lhe que isso é do domínio da lei e esta varia de acordo com as sociedades.

Mas o que leva à execução da Lei é o Dierito e o que está na base do Direito é a ética/moral.

E o retardado mental do Rothard nem isto consegui teorizar numa frase.

Ele parte de uma noção de valor para a tornar uma questão biológica por efeito de um suposto Direito de Propriedade ao corpo.

V. tinha de começar por explicar a que título o embrião é propriedade de um corpo e perde autoria paterna.

e tinha de explicar como é que o dever e consciência ética do ser que o tem dentro do corpo, pode ser aleatório, em função das capacidades biológicas do corpo.

Aborata porque consegue expulsar= caga porque consegue cagar.

São Direitos ao corpo- são direitos biológicos.

A anormalidade é tão grande que eu já vi que nem v. consegue sustentar tamanha idioteira.

zazie disse...

Imagine que ninguém sabe. Já retirou terceiros de cena.

Justifique na mesma o pressuposto do Rothbard.

Mesmo que ninguém soubesse, a mãe é dona do seu corpo e de tudo o que lá está dentro.

Este direito está acima de tudo e casa-se com a possibilidade biológica dela cagar ou abortar.

Onde fica o deve ou não deve?

Fica na sanita!

zazie disse...

Agora alargue a questão à sociedade.

Perante esta liberdade de sanita, o que fazer em função do dever e da Vida?

zazie disse...

Para o Rothbard a sanita casa-se com a dona Liberdade e o resto nem conta.

CN disse...

Zazie

O livro não é sobre "dever". Acha mesmo que uma teoria moral sobre o "dever" faz parte d teoria do direito penal?

zazie disse...

Homem de Deus, e se o livro fosse de culinária, o argumento é de culinária?

Não! justifique o argumento dele porque é apenas disso que estamos a falar.

O argumento dele não tem ponta por onde se pegue.

E o facto de estar dentro de um livro de kizomba não altera a questão.

zazie disse...

O dever faz parte da lambada e também do chá-chá-chá.

Eu apenas lhe pedi para explicar o argumento de dança de salão que ele usa para dizer que o aborto é legítimo pelo facto da mulher ter a Liberdade absoluta sobre tudo o que tem dentro do corpo.

o embrião é igual a uma pedra nos rins?

CN disse...

Cruzes, ele não reconheceu, ao contrário de outros que existe uma morte? O que defende é a capacidade de expulsão. Já outros pretendem disfarçar o que o aborto realmente é.

Se a Zazie acolher alguém em sua casa, perde a capacidade de o expulsar? Não poderá, conforme o caso, poder cometer um acto imoral mas legítimo?



CN disse...

PS: pode ir verificar no post acima se Rothbard é jacobino na analise do crime e castigo?

zazie disse...

ehehehe

Ena pá, ele reconheceu que abortar mata!

Viva ao luxo!

Escolher estar grávida é o mesmo que receber hospede.

está bem, pois.

Na volta é capaz de ser isso.

Eu nem digo mais nada. Alguém faz figura de corno, isso faz.

zazie disse...

CN, eu acho que v. não é burro a este ponto.

V. desvia mas não consegue justificar como é que abortar se torna um acto legítimo por se poder abortar.

O que escreveu é isto.

O Rothbard ainda vai um pouco mais longe e coloca a Liberdade sobre o próprio corpo acima dos progenitores.

Um embrião, pelo que ele aí escreveu- é algo que perde autoria a partir do momento em que se forma dentro do corpo de uma mulher.

Portanto, como ela o tem lá dentro, é só dela e faz o que quer porque a Liberdade sobre o corpo abrange tudo, incluindo a vida de outro ser.

zazie disse...

Eu não lhe dou conversa no de cima, enquanto não acabar o serviço aqui em baixo

ehehehe

V. é casmurro mas eu não sou menos.

E isto é um disparate de tal ordem que até deita por terra todo o seu jusnaturalismo.

V. é que nem pensou nisto. Mas isto é empirismo puro- o que se deve ou não deve fazer deixa de vir de um princípio apriorístico para se tonar empiricamente um capricho ao sabor biológico a quem coube.

CN disse...

Zazie

Quem não reconhece que o aborto resulta na morte de um ser humano, tal como os católicos defendem, são os defensores do aborto livre que usam subterfúgios para não ficarem horrorizados com eles mesmos.

zazie disse...

CN.

Neste exercício todo onde até acaba a afirmar que pelo facto da mulher poder abortar o embrião é igual a um hóspede que se recebe em casa, onde fica o "NÃO DEVE ABORTAR"?

Aliás, onde é que o Rothbard disse que não deve?

Ele não disse!

V. é que colou esse NÃO DEVE, AO TANTO FAZ PORQUE É LIVRE DE O FAZER, DO ROTHBARD!

CN disse...

Zazie

Outra vez!! o Rothbard afirmou explicitamente que o seu livro não era sobre deve ou não deve, mas sobre o pode ou não pode, independentemente de dever ou não dever.

È uma análise penal se quiser.

zazie disse...

Afirmou como?

Ora cite lá novamente, sff.

A que título é que não se deve fazer uma coisa que depois até é legítima de se fazer por se poder fazer e a Liberdade sobre o corpo ser o critério?

Explique lá, sff.

zazie disse...

Qual é av lógica de se demonstrar que na prática tem toda a legitimidade para abortar e depois dizer que essa legitimidade serve para fazer mas não se deve.

Não se deve porquê? se a Liberdade sobre o corpo é um direito maior e v. até diz que o embrião passa a ser do corpo da mulher, tal como uma pessoa que bate à porta e se recebe em casa?

zazie disse...

A querstão é que esta salgalhada é postiça.

V. é que misturou o seu não deve com a neutralidade do Rotbhard que apenas diz que pode e tem legitimidade para abortar porque o filho é dela apenas e quem manda no corpo e em tudo o que está dentro é ela apenas.

zazie disse...

O truque do Rothbard, aqui como eu tudo é comçar por pegar no espantalho da tradição católica para depois demonstrar que ela nem está na moda e apresentar uma solução materialista e ateia.

Ele cita o catolicismo como figura de retórica mas depois demonstra o inverso.

E faz sempre isso. Chega mesmo a dizer que é por ser coisa antiquada a que ninguém já dá grande crédito.


Tal e qual o mesmo argumento dos defensores da despenalização do aborto.

Também militaram por ele por dizerem que era por força da Igreja que ainda estava na Lei do Estado

aborto clinica disse...

O debate sobre o aborto tem que ser aberta, longa e consensual. E, especialmente, flesible chegar a um compromisso e não querer impor as nossas ideias a todo custo.