Naturalmente isto só pode primeiro acontecer por meio de intervenções despóticas no direito de propriedade e nas relações de produção burguesas, através de medidas, portanto, que economicamente parecem insuficientes e insustentáveis mas que no decurso do movimento levam para além de si mesmas e são inevitáveis como meios de revolucionamento de todo o modo de produção.
Estas medidas serão naturalmente diversas consoante os diversos países. Para os países mais avançados, contudo, poderão ser aplicadas de um modo bastante geral as
seguintes:
- Expropriação da propriedade fundiária e emprego das rendas fundiárias para despesas do Estado.
- Pesado imposto progressivo.
- Abolição do direito de herança.
- Confiscação da propriedade de todos os emigrantes e rebeldes.
- Centralização do crédito nas mãos do Estado, através de um banco nacional com capital de Estado e monopólio exclusivo.
- Centralização do sistema de transportes nas mãos do Estado.
- Multiplicação das fábricas nacionais, dos instrumentos de produção, arroteamento e melhoramento dos terrenos de acordo com um plano comunitário.
- Obrigatoriedade do trabalho para todos, instituição de exércitos industriais, em especial para a agricultura.
- Unificação da exploração da agricultura e da indústria, actuação com vista à eliminação gradual da diferença entre cidade e campo.
- Educação pública e gratuita de todas as crianças. Eliminação do trabalho das crianças nas fábricas na sua forma hodierna. Unificação da educação com a produção material, etc.
Comentário: É curioso como já em 1848, Engels e Marx consideravam estas medidas "economicamente insustentáveis" e apenas as defendiam como um meio para impor uma dinâmica revolucionária.
3 comentários:
1948...?
O manifesto é de 1848.
Obrigado
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