17 abril 2013

Pena de morte e sistema penal libertário

Este é um exercício abstracto mas tem a sua validade. (ligeiras adendas)

Se o direito penal (caso de uma ordem natural) mantivesse o princípio da proporcionalidade, restituição e indemnização da vítima, os criminosos (condenados) trabalhariam em locais especializados (empresas especializadas em contratar e pagar a condenados, revertendo o salário para essa restituição/indemnização) nesse sentido.

No caso de assassínios, ainda que fossem os herdeiros a poder decidir da aplicação da pena de morte, perante a possibilidade de serem indemnizados (ao longo da vida produtiva do assassino), uma boa parte escolheria a segunda via. No caso das vítimas serem muitas esse incentivo desceria, o que corresponde ao sentimento mais generalizado de a pena de morte dever ser aplicada.

Mas existe um segundo motivo para as vítimas não aplicarem a pena de morte (e escolherem a via da indemnização por trabalho produtivo do assassino): a possibilidade de engano, que pode sempre ser descoberto mais tarde. Nesse caso, o alegado criminoso passaria a vítima (os herdeiros) e faria as primeiras vítimas passarem a ter de enfrentar o ónus de assassinos eles próprios (morte de inocente). Ora tal possibilidade provavelmente diminuiria os casos em que as vítimas exigiriam a pena de morte apenas àqueles onde resultaram muitas vítimas e com a certeza muito elevada de não engano.

73 comentários:

Ricciardi disse...

Confesso que não percebi a ideia. Mas é defeito meu.
.
Cá para mim a coisa é simples. Pena de Morte? Não, obrigado. Porquê?
Por muito motivos, mas o mais importante de todos é por causa daquilo que eu não percebi no seu post - o valor da indeminização como padrão para assassinar o assassino.
.
Ora, afinal de contas parece que se poderia assassinar um assassino, ainda que a coberto da lei, sem incorrer para o efeito no pagamento de uma indemnização proporcional.
.
Rb

jsp disse...

A pena de morte ( em crimes devidamente tipificados ) tem , pelo menos, uma vantagem : evita a figura jurídica do "reincidente"...

marina disse...

para assassinos , não , mas para outros crimes menos graves já existe a mediação penal e justiça restaurativa , até em Portugal , sobretudo para menores , de forma a evitar que entrem no sistema prisional.

Pedro Sá disse...

Você só vê dinheiro e propriedade à frente. Impressionante.

Pedro Sá disse...

bump

zazie disse...

Loucura total- é no que dá trocar-se a moral cristã pela charlatanice do dogma da propriedade.

zazie disse...

E loucura socialista- e absolutamente relativista- um valor depende dos votos que tem.

zazie disse...

Mas pronto, assim ao menos ninguém é enganado.

Ancap é isto- loucura imoral socializante.

zazie disse...

E "os herdeiros" sempre a herança como valor para se saber o que deve ser o castigo.

Porquê?

Até pode nem haver herdeiro algum. Há muita gente a ser vítima sem família e sem "herdeiros".

Eu sei de onde vem esta merda.

Vem do problema da Justiça fazer parte do Bem Comum- do Estado.

Assim é uma cena de herança.

E tão engraçada que imaginam um criminoso fazer o milagre da multiplicação dos bens para "cumprir" os castigo, entregando-o aos "herdeiros".

Carcanhol- a pena é carcanhol porque na imoralidade neotonta, tudo se transmuta em ouro.

zazie disse...

Mas o bacano da cubata disse logo tudo:

«o valor da indeminização como padrão para assassinar o assassino.»

Esta merda é perigosa.

E são lobbie internacional e no Brasil já têm por lá pastorícia por curandeiros.

Faz-me lembrar aquela cena da Cia há uns anos.

zazie disse...

Por cá, pelo que se vê, conseguem "doutrinar" uns marados de hooligans do FCP.

zazie disse...

E a lógica deste acréscimo ainda é mais engraçada.

Se forem muitos, é crime grave e mata-se, depois da estatística comprovar que são muitos. (até porque um só bandido não conseguia fabricar ouro para tantos)

Se forem poucos, divide-se o ouro que o bandido vai fabricar pelos herdeiros.

zazie disse...

E se forem muitos bandidos a matarem?

Como é que se aplica a estatística da produção de ouro para herança ou de forca?

Aposto que ainda dava espectáculo em jardim.

zazie disse...

Eu gramava era saber qual é o tal apriori que fundamenta a "lei".

Como passam a vida a dizer que é tudo deduzido aprioristicamente, para evitar o relativismo moral...

ehehehehe


Grande palhaçada.

jjoyce disse...

o apriorístico no nosso sistema penal é a culpa-no-existir. vide Heiddegger,figueiredo dias.
vale a pena no fim das penas. na teleologia das penas,maxime a pena capital.

zazie disse...

O quê? Heiddegger, Figueiredo Dias e o quê?

O que é que qu v. disse?

Que não há culpa?

Sem culpa não há formulação penal ou criminal!

É o ponto absolutamente necessário- seja negligente, seja por dolo, sem culpa não há aplicação de código algum.

zazie disse...

V. esteve para aí a inventar que em Portugal existe pena sem culpa? apenas por ilícito?

V. é maluco.

Parece que estas coisas so atraem malucos e poetas.

zazie disse...

Para se formular a culpa tem é de haver capacidade para a ter e consciência dela (pelo menos em parte, uma vez que existem situações em que é apenas por previsibilidade e não dolosa- tipo adormecer ao volante ou erros médicos "sem querer").

O que o CN escreveu é que é de tal modo besteira que nem era preciso formular culpa- apenas se detectava as consequências do acto por estatística.

Para ele havia pena sem culpa, desde que o dolo fosse traduzido em reposição material de um dano ocorrido.

Nem precisava de averiguar as circunstâncias do dano, o dolo, a noção, a formulação de culpa.

Era forca ou carcanhol, por voto.

lusitânea disse...

Concordo totalmente com o postador.Hoje em dia o crime compensa...

CN disse...

Zazie

Onde é que eu falei sobre o processo de determinação da culpa? É pressuposto que houve um julgamento e que foi considerado culpado (incluíndo os vários recursos).

marina disse...

mas se houve julgamento , no caso de julgamento com erro quem deveria pagar aos herdeiros do sujeito à pena capital era o juiz e os que produziram mal a prova do crime , as polícias , advogados e tal. e não os que apenas acreditaram naquilo que a justiça deu como provado , como é óbvio.

zazie disse...

E esse julgamento servia para determinar a culpa sem a pena.

Engraçado.

A pena ia a votos- ou forca, ou caracanhol.

Porque, se a culpa foi determinada, então tem de existir uma tipificação de indemnização dela. E isso nada tem a ver com possibilidade de erro de o culpado ser afinal inocente.

Muita gente a dizer que fulano é culpado não faz a pena e até pode é fazer lobbie ou histerismo popular.

Isso cheira a pencudice.

zazie disse...

Eles são loucos, marina.

Isto até é mais ignorância que outra coisa.

Agora havia neotontismo anarca para tudo- na volta até para receitas de pão-de-ló.

(o que era mais inofensivo e apropriado à jumentice de beca)

zazie disse...

Mas o detalhe engraçado foi agora o CN vir acrescentar que havia julgamento e recursos e tudo.

Só não havia código com a pena.

Porque, depois de todos esses julgamentos e recursos nem se sabe bem de quê, quem tinha a última palavra era a multidão ou o herdeiro

eheheheh

Socialismo in progress

zazie disse...

É uma mistura de Pecos com Marx.

CN disse...

Zazie

A culpa é uma coisa a pena é outra. O que é que lhe faz confusão?

A pena aqui dito expressamente deve de prioritariamente restituir/indemnizar de forma proporcional.

No caso do assassínio, a pena de morte é proporcional mas não permite a restituição/indemnização.

O que quis dizer é que "mesmo" que a decisão seja da vítima/herdeiros não é nada certo que a pena de morte se aplicasse.

Estou a falar de um sistema penal que realmente se importasse com as vítimas, não é o caso do sistema penal aplicado pelos estados.

Vivendi disse...

"Se o liberalismo consiste em construir toda a sociedade sobre as liberdades individuais, então eu considero mentira o liberalismo. Não creio na liberdade, mas nas liberdades. A liberdade que não se inclina perante o interesse nacional chama-se anarquia e destruirá a nação." - António de Oliveira Salazar

CN disse...

A anarquia (desordem) política, sim, é o que d
a, a 1º república e em geral o estatismo, que invade os direitos naturais das pessoas.

Um sistema penal bom trataria de tornar o crime realmente punido (ainda que aplicando o princípio da proporcionalidade) e as vítimas devidamente compensadas.

marina disse...

tb acho que cheira a pencudice , Zazie :) fazem negócio de tudo , até do crime e das penas , meu deus.

Francisco disse...

CN,

até tenho curiosidade em saber onde é que vai buscar essa importância toda para a proporcionalidade no sistema penal. Principalmente quando aparentemente é possível a equivalência entre proporcionalidade em relação à vítima pode ser substituída pelo "dente por dente" centrado no culpado.

É alguma derivação lógica da acção humana do Mises? Alguma interpretação mais entusiasmada do Kant? Ou vem de outro lado?

Ricciardi disse...

Em suma:

1- um assassino não deve ser condenado à morte porque na visão do CN, o tipo morrendo não paga à viúva.
.
- Hummm nº a).
.
2- um assassino deve ser condenado a restituir indeminização. Quanto maior a pena, mais tempo terá para a pagar.
.
- Hummmnº b)
.
.
O Hummm a):
- Eis a pena de um juiz num sistema qualquer-coisa-cap: meu amigo vc está condenado a arranjar 100 mil euros pelo mal que cometeu à herdeira do falecido.
- Mas, oh sô juiz não tenho essa massa. Eu matei o gajo, não lhe roubei a massa. Compreende?
- Então, está bem, condeno-o à morte, homem.
.
... agora entra aqui o Hummm b):
.
- Ah espere aí sô tôr juiz, talvez se consiga arranjar qq coisinha. Pagarei no espaço de um ano. Pode ser?
- Optimo está decidido. Tem um ano para trabalhar e arranjar a massa.
.
.
Vai a viuva para casa a cantarolar pela causa ganha e, entre a rua de cima e a rua de baixo, aparece-lhe o assassino do marido. Aquele que teve um ano para pagar.
- Já me quer pagar homem?
- Nahh, pagar? a minha cara e linda senhora tem duas vias à escolha para sairmos desta situação.
- Ai sim, conte conte.
- A via nº1 é simples, eu aponto-lhe esta arma e vc passa-me 100 mil euros para as mãos e eu vou ao tribunal para que este lhe pague a indeminização pela morte do seu marido. A via nº2 ainda é mais simples, mas eu deixo-a escolher; a via nº2 é eu apontar esta arma à sua cabeça e disparar.
- ahh, ui, eu prefiro a 1ª se não se importa.
- Ok, boa escolha, vamos então entregar o seu chequezinho ali ao tribunal para que este lhe pague a minha indemnização.
- Vc é um ladrão.
- Olhe que não. Só roubo quando me condenam por assassinato. É uma espécie de necessidade desculpante.
.
Rb

muja disse...

Mas como diabo é que decidiriam o valor a indemnizar? Quanto vale uma vida humana?

Eu até acho que os prisioneiros deviam trabalhar. Obrigados ou pelo menos vigorosamente encorajados.
Mas deviam receber um soldo pelo trabalho.

Por um lado, ter pessoas a secar na cadeia dá despesa na mesma. Depois, o trabalho (especialmente o manual) continua a ser a forma mais eficaz de integração na sociedade: não é esse um dos objectivos?

E se um tipo estiver a trabalhar todo o dia, não lhe sobra grande tempo para manigâncias dentro da cadeia.

Para finalizar, evitaria também que a malta saísse da cadeia sem nada. Assim, sairia com os frutos do seu trabalho. com o conhecimento de qualquer coisa útil, e teria pé-de-meia para recomeçar a vida, evitando a tentação e necessidade de recair no crime.

Quanto às vítimas, depende. Se foi coisa tangível e material que lhes foi subtraída, tem lógica que o perpetrador restitua os haveres do seu próprio bolso e suor.
Agora se foi vida, infelizmente, não existe ressarcimento possível para além do sentimento de que foi administrada a justiça.

Em relação à pena de morte tenho muitas reservas, por uma razão muito simples: não é reversível. Penso que só faz sentido em tempo de guerra ou de calamidade pública e apenas como medida extrema para preservar a ordem.

Vivendi disse...

Eu até acho que os prisioneiros deviam trabalhar. Obrigados ou pelo menos vigorosamente encorajados.
Mas deviam receber um soldo pelo trabalho.

É mais que evidente que um prisioneiro deve trabalhar pois cada preso custa 40 euros por dia ao Estado português.

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1765508&page=-1

40 euros x30 dias = 1200 euros mês

É mais um segmento populacional que vive acima das possibilidades pois o salário médio dos privados é de 800 euros.

zazie disse...

A mim, o que me faz confusão, é tudo CN.

Mas esqueça, não é nada de pessoal e, em última instância, eu acho piada a malucos


Francisco- isto é metade loucura; metade pencudice.

É filosofia de mega-tasca.

zazie disse...

A fábula do Ricciardi está deliciosa.

ehehehehe


Só pra rir.

É pencudice de jardim escola.

Catellius disse...

Encaro a opção pela pena de morte como um direito de determinada sociedade, desde que haja mecanismos para não se executar um inocente, um bode expiatório – tal sangue é um preço alto demais, ao meu ver. Por que encaro como um direito de determinada sociedade? Pilotos de corrida, alpinistas, soldados, têm grande possibilidade de morrer no dia-a-dia de suas atividades. O piloto não pode bater no muro, o alpinista não pode escorregar, o soldado não pode ser visto pelo inimigo, não pode estar na hora errada no local errado, sob o risco de ir pro beleléu. Se uma sociedade avisa a todos os cidadãos que agora há o risco de morte na atividade de estuprar e assassinar crianças, o facínora levará em conta tal risco ao exercer sua “prazerosa” atividade. Um não pode bater no muro, outro escorregar e o outro ser visto; e ele não poderá ser pego. O facínora pode ser considerado um suicida, porque tal sociedade não está a agir por vingança mas simplesmente aumentou os ricos da atividade que abomina.

Mas mesmo que aja por vingança, qual o problema?

Acho um bom sentimento, quando justo.

Todos exultam ao ler/assistir o Conde de Montecristo, de Dumas. Ou a óperas italianas. Vendetta!!!!

Catellius disse...

Tiroteios e enfrentamentos com a polícia: os bandidos sabem do risco de morte e o assumem. Se morrerem trocando tiros com a polícia, BEM FEITO!

O mesmo vale para estupradores e assassinos frios, de criança (ou de qualquer um)

CN disse...

Caros

Proporcionalidade e restituição são princípios gerais do direito... mas que têm vindo a ser subvertidos.

Mas que "negócios" é que estamos aqui a falar?

Estamos a falar de vítimas serem restituídas em vez se serem estas a sustentarem os criminosos na prisão (em que outro lugar existe cama, roupa lava e alimentação e TV e...grátis?) e programas de reabilitação.

Acho que quem está com manias são os caros comentadores.

CN disse...

"Mas como diabo é que decidiriam o valor a indemnizar? Quanto vale uma vida humana?"

Desde quando é que isso é problema? existem indemnizações civis para todo o tipo de coisas.

zazie disse...

CN,

Não consegue emendar a anormalidade que escreveu.

Uma vida ou se paga com outra vida, ou não paga.

E não é em quantidade nem a votos.

V. ou defende a pena de morte, ou é contra. E precisa de argumentos, não precisa de inventar contas

CN disse...



Vamos lá outra vez:

Se existisse o princípio da restituição das vítimas como prioridade, os criminosos teriam uma via produtiva a efectuar um trabalho, indemnizar a vítima, e eventualmente até ter um percentagem do seu rendimento para si.

O que estou a dizer é que se assim fosse, mesmo com pena de morte, esta seria poucas vezes evocada (pelas razões que descrevei) e adicionalmente:

- o criminosos até teria acesso a uma vida produtiva provavelmente a fazer o melhor para o qual teria jeito, assim tendo acesso até uma via útil

- as vítimas seriam indemnizadas/restituição e elas próprias prefeririam essa situação em vez de pena de morte.

- a pena de morte seria provavelmente aplicada em casos que a vida produtiva do criminoso pouco daria para indemnizar cada uma das pessoas individualmente (por exemplo: a morte de 20 pessoas) e com um certeza jurídica muito grande.


Não são estes mesmos casos (muitas vítimas e certeza jurídica) que as pessoas normalmente dizem que a pena de morte deve ser aplicada?


Comparem isto com os estados onde há pena de morte:

- as vítimas não são indemnizadas
- o criminoso é morto quando podia ter uma vida produtiva e quem sabe razoável (dadas as circunstâncias)

Portanto....

Gostava de saber quem é que está errado, esta situação ou a actual?

CN disse...

Zazie

Ser contra a pena de morte significa em primeiro lugar que a própria pessoa seria contra ele num caso em que a envolvesse.

Mas normalmente, ser "contra a pena de morte" significa, impor aos outros que não haja pena de morte.

Se vir atrás o sistema actual é ele próprio uma anormalidade. Nem a vítima é tida em conta e o criminoso ou é morto, ou fica na prisão inprodutivamente e a ser sustentado pelos impostos da vítima.

Isto é que "normalidade"?

Francisco disse...

"Proporcionalidade e restituição são princípios gerais do direito..." natural?

Não acredito que isto venha dos judeus directamente para o CN, ou tem intermediário ou é uma inovação racionalista de alguém.

Deve haver por aí um teórico qualquer (austríaco?) a desenvolver o princípio da proporcionalidade e restituição com determinismo matemático. A fazer equivalências e a explicar o dente por dente versão logico-dedutiva.

zazie disse...

CN,

Só uma pergunta:

Isto é totalmente invenção sua ou faz mesmo parte de cenas defendidas por "teóricos".

Se é sua, não há crise. Já sabemos que é um excêntrico.

Se faz parte de doutrinação e já tem lobby, incluindo no Brasil e coisas assim, é perigoso.

Isto é o descartar total da formulação de um julgamento moral.

É transformar o "olho por olho, dente por dente, em olho, por milhão, e dente, vai-te esforçando, ó assassino que se não pagas tens forca por voto."

Isto é onzeneirice da mais reles.

jjoyce disse...

normal seria termos o sistema da cidade-estado de Singapura,a antiga ceilão. tens contigo droga? mataste fulano? pergunta o polícia. sim,então amanhã és fuzilado. não se paga popr um sistema judicial,lá inexistem tribunais como por estas bandas. Lá só é público o sistema de transportes e a comunicação social. singapura é um mundo perfeito para o liberal: ninguém pode cuspir na cara dum liberal; nem nenhum liberal pisará uma chata duma pastilha elástica.

zazie disse...

Vem dos onzeneiros, Francisco.

Os anarcas à Rothbard e assim, são lobbies de onzeneirice pura e dura.

O CN não costuma inventar- ele é divulgador e propagandista e costuma traduzir.

zazie disse...

E não se esqueça, Francisco- as ideologias tendem para a farsa.

Primeiro vieram os liberais, depois os neo-liberais, agora temos os neotontos em versão testemunha de jeová.

zazie disse...

Via na volta ainda vamos ter em versão dona-de-casa, herbalife e taparuere.

muja disse...

Ahah! versão dona de casa!

Ricciardi disse...

Mas oh CN, no sistema ACTUAL portugues, os criminosos já tem que indmninizar as vitimas, além de cumprir pena.
.
Os valores são pequenos, é certo, mas eles não se livram da divida pelo menos durante 20 anos... até que prescreva.
.
E tambem trabalham nas prisões. E tem penalizações se não cumprirem regras, nomedamente o trabalho que lhe é destinado.
.
Mas há uma coisa que eu não compreendi. O CN defende que a pena indemnizatória, que implica ter um trabalho remunerado, se faça FORA da prisão (em liberdade) ou dentro da prisão?
.
Rb

CN disse...

Vamos lá ver se percebi:

A proporcionalidade da pena em relação ao crime e a possibilidade de restituição (civil) não fazem já parte de conceitos do direito de hoje?

O Rb não diz:

"Mas oh CN, no sistema ACTUAL portugues, os criminosos já tem que indmninizar as vitimas, além de cumprir pena. "...?

"e indemnizar, etc..."

Então exactamente qual é o problema que ainda não percebi?

RB: Como funcionar melhor, a vítima está interessada em ser indemnizada, o criminoso pode estar interessado em trabalhar num local funcional e até guardar algum rendimento.

Talvez as penas possa, até ser reduzidas pelo comportamento e acção produtiva.

O que eu que se pode visionar é um sistema muito mais funcional do que as actuais escolas de crime (para a vítima e para o criminoso) e tudo o resto que se sabe que são as prisões hoje em dia, e sustentadas por contribuintes.

muja disse...

Sim CN,

V. ainda não percebeu, mas eu tento explicar:

o problema é a fundamentação que V. usa. Que põe as coisas em termos de "indemnizações" e "produções" e restante economês, como se fosse só, ou sobretudo, isso que importasse.

Se V. tira um ente querido a alguém, não há fortuna que possa compensar essa perda.

Nem a sociedade, parece-me, deve entender semelhante coisa como um problema de haveres e reaveres. Matar é penalizado sobretudo porque é, na maioria dos casos, moralmente reprovável.
Da mesma maneira que roubar o é pelo mesmíssimo motivo.

O resto são considerações que sempre se devem fazer porque as coisas não podem ser corridas a eito e por igual: é igualmente reprovável matar ou roubar. Mas matar é mais grave por causa perda irreparável de vida, que por sua vez causa dor e sofrimento aos vivos.
Mas o princípio por detrás da coisa não é económico! Esse é apenas um (d'entre muitos) que serve para a gente encontrar a medida justa de justiça, passe o pleonasmo. Mas não é, em si, o que torna as coisas passíveis de punição.

Repare, ambos achamos que os prisioneiros deveriam trabalhar (como regra e não como excepção). V. acha que é para pagarem o que devem, basicamente. Eu acho que é o melhor para eles e para os outros.
Eu até acho que o Estado teria mais despesa nesse caso. Mas acho que era dinheiro bem empregue.

Penso que essencialmente é esta a questão. V. retira toda a humanidade ao assunto, com essa visão materialista com que o apresenta e às soluções que propõe, quando o problema que se põe é, de todo, humano.



Francisco disse...

Ok, o Rothbard é mesmo a solução do mistério:

http://www.lewrockwell.com/rothbard/rothbard145.html

Desconfio que ele foi buscar as bases para este raciocínio ao Nozick, mas não estou com grande paciência para ir pesquisar se isto é verdade.

zazie disse...

É um empréstimo para arranjar um bom em+rego num "local funcional"

Na volta, é mesmo um incentivo aos atlas de investimento:

Com sorte, se não matares muita gente e acertares em gajo com poucos herdeiros, ainda vais a magnata em vez da forca.

zazie disse...

Isto, para não impor aos outros nada.

Liberdade de escolha aos herdeiros e assassinato torna-se início de carreira.

zazie disse...

Tome lá, que v. é um bacano:

http://www.letras.ufmg.br/poslit/08_publicacoes_pgs/Aletria%2020/n%203/15-Marcio%20Seligman.pdf

Pedro Sá disse...

1. Vivendi: essa é das frases do Salazar mais próximas do totalitarismo, aliás eu posso se me apetecer definir que o interesse da Nação exija que vá tudo colher ervas com a boca, e depois?

2. O post do CN da normalidade, para além de ser a prova de que ele não vê mais nada à frente que não seja dinheiro e propriedade e não consegue reduzir tudo a uma dessas realidades ou a ambas, implica a mais absoluta anarquia, pois está a defender que as regras penais sejam de elaboração individual!!!!

3. Moral cristã vírgula que essa não é mais do que a moral tradicional indoeuropeia com particular influência das escolas helenísticas, principalmente o estoicismo.

4. Zazie a fundamentação do CN só me faz lembrar "Bar-ra-bás! Bar-ra-bás"! Ahahahah!

CN disse...

"Liberdade de escolha aos herdeiros e assassinato torna-se início de carreira."

Potanto a Zazie defende que se há pena de morte é mesmo para ser aplicada, porque horror é alguém poder decidir que não.

zazie disse...

Óh CN:

Ou há pena de morte no código, ou não há.

Horror é achar que pode haver e não haver de acordo com voto e azar em cada caso.

Sem lei nem nada- apenas porque sim, ou porque não, em função do carcanhol.

Se v. nem se dá conta disto que quer que lhe digam?

zazie disse...

Mas não me respondeu ao que lhe perguntei eu e o Francisco:

Isto é apenas invenção sua ou foi lá buscar a algum "teórico".

Alguém tem esta anormalidade por escrito sem ser aqui no blogue?

zazie disse...

E também não respondeu ao morgadinho:

Vai preso ou não?

Ou só vai preso se não conseguir emprego para pagar aos "herdeiros"

Essa de haver herdeiros de assassinato também ultrapassa o humor negro do Quincey.

zazie disse...

«a fundamentação do CN só me faz lembrar "Bar-ra-bás! Bar-ra-bás"!»

AHAHAHAHAHAHAHAHAH

zazie disse...

E eu não defendo a pena de morte.

Portanto, nem entra o "se há é para ser aplicada".

Porque onde há, também há clemência por vários motivos.

O que eu faço é assumir que sou contra e que um católico só pode ser contra a pena de morte.

A sua moral é à Pilatos- eles que decidam, sem lei nem ordem.

zazie disse...

Pior- a sua moral é a imoralidade do lucro em tudo.

E nem acredito que seja a sua moral.

É a ideologia que lhe faz a cabeça.

As ideologias tornam as pessoas malucas e não há religião que as supere.

A ideologia fala sempre mais alto.

Francisco disse...

Zazie,

isto não é invenção do CN. Esta cena vem pelo menos desde o Rothbard, está tudo no link que eu pus mais acima: dente por dente, compra e venda de penas, pena de morte se o herdeiro quiser, etc.

http://www.lewrockwell.com/rothbard/rothbard145.html

Francisco disse...

Mas o próprio Rothbard também não me parece que seja de grandes invenções, a ideia já deve vir de trás quase de certeza.

CN disse...

Francisco

Como esse artigo demonstra, nada cai do céu e vem de trás, na tradição e prática jurídica de outros.

Rothbard, ao contrário de muitos autores (como Ayn Rand, mas muitos outros noutras áreas políticas) , em toda a sua obra faz mesmo questão de compilar o pensamento de muitos e sugerir uma linha condutora, que substancia o seu pensamento ideológico.

Não vejo confusão nenhuma que a vítima seja protegida e o criminoso possa ter acesso a uma vida produtiva e provavelmente com muita mais capacidade de reabilitação.

Ainda menos, que existindo pena de morte ela não seja na prática utilizada a não ser em casos extremos de muitas vítimas e certeza jurídica.

O que estão a querer dizer é que o "poder" é que tem de decidir isto.

O que eu digo é que se forem mesmo as pessoas envolvidas a decidir isso e aplicando princípios intuitivos, o resultado seria melhor e mais humano que sendo o "poder" a fazê-lo.

zazie disse...

Ok, Francisco- confirma-se: vem dos onzeneiros.

Francisco disse...

Sim. Nisso de ir buscar coisas de trás o Rothbard parece ser exímio, do pouco que eu sei dele.

Mas dê-nos lá uma ajudinha para perceber o fenómeno, CN, de onde é que vem esta linha argumentativa antes do Rothbard? Exemplos?

É que andar a pesquisar as referências todas do Rothbard dá demasiado trabalho :)

Já no caso da Ayn Rand nem faria sentido ser de outro modo, que o seu estilo rockstar em versão pseudo-intelectual tinha que cultivar um certo misticismo. Aquilo tinha mesmo que passar por inspiração directa do racionalismo divino ou perdia toda a aura religiosa.

zazie disse...

Ainda não respondeu:

Vai preso, ou não?

zazie disse...

Esse Rothbard era um psicopata. Disfarçado, mas um psicopata.

zazie disse...

Vem da Torah, de onde queria que viesse.

Vem dos onzeneiros, que ainda é pior- o lucro em tudo, fazer render um assassino.

Dar-lhe uam carreira de sucesso

ahahahaha

Ainda hoje é assim. Basta uma moedinha para Israel que esquecem logo o problema que é sempre de vida ou de morte e de choradinho.

BLUESMILE disse...

Estou curiosa: O que é que andam a consumir por aqui para escreverem tantas alarvidades ?