Diz assim: se todos pouparem mais, ninguém poupa porque as pessoas perdem rendimento dado o consumo baixar.
E acrescenta: a tua despesa é o meu rendimento.
A resposta deve ser: se todos aumentarem a poupança, aumenta também o capital monetário disponível para aumentar a produtividade (baixa de custos e preços) o que se traduz depois em rendimento disponível adicional mais cedo do que se esse aumento geral da poupança não tivesse operado. Tal traduz-se na baixa de taxa de juro, que faz aumentar o volume de projectos rentáveis.
Assim: a tua poupança é o meu financiamento.
PS: o problema da baixa artificial da taxa de juro (por expansão da moeda/crédito) é aumentar o volume de projectos rentáveis sem que realmente tenha lugar a poupança real necessária para sustentar o período de prejuízos (é necessário adiantar salários antes de existirem receitas - é para que serve o capital: para grande benefício do trabalho) esses investimentos adicionais. É a ilusão temporária da possibilidade de um maior investimento para um igual ou até maior consumo.
7 comentários:
CN, já leu o conceito de poupança forçada de Hayek?
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Anyway, é bom haver poupança interna; é bom haver investimento interno; é bom haver consumo interno. É bom captar poupança externa, é bom captar investimento externo. Mas é preciso ter Procura.
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Quando a poupança interna é insuficiente, ou é Forçada e portanto pontual, que solução encontraremos para podermos Investir e criar empresas e empregos?
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- Obtendo poupança externa.
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Alguém na aldeia global procura Investir o seu excesso de poupança e escolhe países para o efeito. Sejam eles bancos estrangeiros ou multinacionais estrangeiras.
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Olhe a China. Investiu (e investe) 50% do PiB todos os anos. Foi com Poupança Interna que o fez?
- Não. Foi com poupança externa. Os empresários Gringos injectaram naquele país triliões de dolares. As suas poupanças portanto. Os gringos e os europeus e japoneses.
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Sabe CN, quando os austriacos elaboraram as suas teses, o mundo era outro. Não estava globalizado. Contava-se com as poupanças de cada país e faziam-se umas guerras para aumenta-las. E serviam-se exclusivamente dessas poupanças internas para investir.
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Rb
Portugal passa um momento desses. A poupança forçada aumenta e o Inevstimento diminui. Porquê?
- Porque a poupança é Forçada. A poupança actual (ou o seu aumento) não devém da criação de riqueza adicional. Não devém, em suma, de guardarmos o que sobra depois de satisfeitos os nossos gastos. Nada disso. A poupança devém por motivos de medo do futuro. O pessoal poupa porque tem receio que o amanha seja pior. Eis porque sendo a poupança mais elevado, o investimento tenha baixado. O pessoal poupa mas nãp há ninguém que use essa poupança para empreeder. E porque?
- Por causa da Desvalorização Interna. Sim, porque os empreendedores não percepcionam capacidade ou poder de compra que justifique investir no que quer que seja.
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Sendo, pois, a confiança a pedra angular de uma economia, a melhor ideia é dotar a procura de mais confiança- mais dinheiro e mais barato por certo e determinado tempo. Se a procura procurar a oferta aparece de supeton. Mas o contrario não acontece; a oferta não oferece porque não existe procura.
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PS. Refiro-me ao caso concreto portugues. Existem vários casos por esse mundo fora onde o problema não está no que acima referi e aonde se justifica Desvalorização Interna. Olhe, por exemplo na Irlanada que nãi tinha um problema economico (como nós) mas sim um problema estrictamente financeiro.
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Mas eu já sei. Para o pessoal moderno, das teorias arcaicas, os modelos tem de ser iguais para toda a gente. Internacionalização dos remédios. A cura universal. Somos todos iguais. Uma especie de comunismo de sinal contrario.
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Rb
Essa é a ideia de que só após poupança se pode investir E que o dinheiro poupado será investido.
Ora, bem sabemos que isso não é verdade. Aliás, por essa ordem de ideias ninguém poderia iniciar o seu negócio por falta de dinheiro poupado e teria que esperar, esperar, esperar...mas, claro, que se lixe a livre iniciativa porque o que interessa é só quem já tenha uma boa quantia de dinheiro poder investir e assim se manter a dita ordem natural de rigidez social absoluta não é?
Pedro Sá
Outra vez a ideia que lendo as minhas palavras, conclui que não haveria crédito? Porquê?
O actual sistema prejudica em muito a poupança e acumulação de quem pouco tem.
O actual sistema beneficia em muito os grandes credores (grandes capitalistas) que fazem grandes operações totalmente financiadas e subindo as bolhas e acumulando riqueza indevida.
Estes últimos é que seriam prejudicados por um sistema mais ortodoxo. E bem.
Treta. Por essa lógica quem pouco tem não tem qualquer hipótese de ir longe, porque terá que esperar eternamente por ter algum capital que lhe pudesse proporcionar essa possibilidade, e a vida é como é e muito possivelmente não o conseguiria fazer.
Para além disso queremos incentivar o risco ou o medo? Queremos incentivar quem acredita que pode conseguir alguma coisa ou quem só falta meter o dinheiro debaixo do colchão cheio de medo?
O actual sistema beneficia todos, em rigor. Esses preconceitos da escola económica ortodoxa é que estão cheios de disparates.
O problema? É que a procura contrai e com isto as pequenas e médias empresas (que são quem nos pode garantir oportunidades futuras, potenciais "rising-stars") vão à falência.
Daqui a uns anos, quando tivermos um estado de poupança melhor e a procura aumentar não teremos empresas portuguesas numa posição para responder a essa procura. Quem beneficiará? Certamente não serão empresas portuguesas.
O que apresenta é uma teoria válida mas na prática teremos um país que no futuro terá perdido duas gerações: uma porque emigrou, porque não teve oportunidades de trabalho que lhe permitisse consolidar os conhecimentos; a outra porque não nasceu devido aos projectos de vida adiados de tantas famílias jovens.
Se nos podemos culpar a nós portugueses por esta situação também devemos chamar a quem promove estas políticas junto de nós e que tirará proveito da desgraça a que continuamos a conduzir o nosso país.
Mais, se nos podemos culpar por esta situação, porque continuamos a não fazer melhor?
@CN, pretende castigar os grandes credores tirando oportunidade aos pequenos de perseguirem um sonho que eventualmente possa bater esses grandes credores? Isso elimina a mobilidade social, que penso ser algo que defende e que é essencial para evitar monopólios, falta de inovação e justiça social.
Para castigar os grandes credores que fazem operações completamente financiadas e que criam bolhas devemos ter uma mão mais forte sobre essas operações. Não é eliminando o poder de financiamento dos mais pequenos.
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