21 fevereiro 2013

desmoronamento da actividade económica

Ricardo Campelo de Magalhães no Insurgente recorda a citação de Mises (que creio de 1949 do seu Human Action, mas baseado na sua obra inicial de 1913):
"É impossível evitar o desmoronamento da actividade económica causada pela expansão do crédito. A escolha é somente se o colapso virá mais cedo, como resultado do abandono voluntário de políticas de crédito artificial à Economia, ou mais tarde como uma crise catastrófica do sistema financeiro.”
E isto passa-se ciclicamente desde que existe banca e criação de crédito em vez de intermediação de poupança prévia de aforradores.

6 comentários:

Pedro Sá disse...

Sem crédito a actividade bancária desaparece ora. E sem crédito só quem já é rico pode prosperar.

Luís Lavoura disse...

desde que existe banca e criação de crédito em vez de intermediação de poupança prévia de aforradores

O erro do Carlos Novais é acreditar que pode have apenas "intermediação de poupança prévia de aforradores" sem que venha a existir, mais cedo do que tarde, "banca e criação de crédito".

Ou seja, o Carlos Novais acredita na possibilidade da existência de um mundo de anjinhos, pessoas perfeitamente honestas, que se dedicariam apenas à intermediação da popunça sem nunca virem a criar crédito.

CN disse...

Não percebo esse argumento.

Existem N negócios de custódia em contas correntes, incluindo de ouro, de títulos de investimento, etc.

Controlar a criação de moeda é muito fácil, tal como é fácil controlar todos os negócios de custódia.

Luís Lavoura disse...

Existem N negócios de custódia em contas correntes, incluindo de ouro, de títulos de investimento, etc.

Está bem, percebi o argumento.

Mas então pergunto ao Carlos, por quê a sua insatisfação? Se já existem negócios de custódia, então o Carlos já não tem de que se queixar. Só utiliza os bancos, essas horríveis instituições criadoras de crédito, quem quer. As pessoas já hoje são livres, se o preferirem, de transformar o seu dinheiro em ouro, em ações, em títulos de investimento, etc, e de os terem sob custódia algures, em vez de terem o dinheiro em bancos.

O Carlos não tem que se queixar de as outras pessoas não terem as mesmas preferências que você.

OU sou eu que vejo mal as coisas?

CN disse...

Está a ver mal.

Fruto do interesse de bancos e estado, existiu sempre uma grande ambiguidade sobre o estatuto jurídico do depósito. Isto no máximo. Há muitas razões para crer que o contrato sempre foi um de depósito civil que aos poucos foi subvertido com cumplicidade de bancos e estado.

No presente sistema, é o próprio sistema que obriga a reservas parciais por vários motivos, as condições dadas pelos BC a quem não tem reservas é dar quando precisam (mas sempre pouco claro quando e se).

Luís Lavoura disse...

Carlos,
eu entendo isso, mas, repito, quem não gosta de bancos não é obrigado a utilizá-los. Se o Carlos e mais alguns seus correligionários não gostam dos bancos, então não os utilizem. Se o número de pessoas como o Carlos aumentar muito, o sistema bancário acabará por rebentar por simples falta de clientes e depositantes, não?
O Carlos não tem, portanto, nada de que se queixar.
O Carlos pode guardar o seu dinheiro sob a forma de ouro, que tem em custódia algures, e investi-lo sob a forma de ações ou outros títulos, que tem em custódia alhures. O Carlos não terá um único depósito a prazo em banco nenhum, apenas utilizará os bancos para as pequenas transações do dia-a-dia. E prontos. Se todas as pessoas agirem como o Carlos, os bancos ficarão sem esses depósitos horríveis de que o Carlos fala, e o sistema terminará por si mesmo.
Certo?