30 janeiro 2013

A tradição católica (4) - Medieval


"But first Grice-Hutchinson showed that the works of even earlier Scholastics as far back as Aristotle contained a subjective-value analysis based on consumer wants alongside the competing objective conception of the just price based on labor and costs. In the early Middle Ages, Saint Augustine (354–430) developed the concept of the subjective-value scale of each individual. By the High Middle Ages, the Scholastic philosophers had largely abandoned the cost-of-production theory to adopt the view that the market's reflection of consumer demand really sets the just price. This was particularly true of Jean Buridan (1300–1358), Henry of Ghent (1217–1293), and Richard of Middleton (1249–1306). As Grice-Hutchinson observed:

Medieval writers viewed the poor man as consumer rather than producer. A cost-of-production theory would have given merchants an excuse for overcharging on the pretext of covering their expenses, and it was thought fairer to rely on the impersonal forces of the market which reflected the judgment of the whole community, or, to use the medieval phrase, the "common estimation." At any rate, it would seem that the phenomena of exchange came increasingly to be explained in psychological terms.[5]"
New Light on the Prehistory of the Austrian School - Murray N. Rothbard

PS: A teoria do custo-da-produção foi um dos erros graves produzido por Adam Smith e que permitiu a Marx desenvolver a sua teoria maléfica. Como vemos, muitos antes de Smith, já a teoria económica tinha avançado na direcção certa, mas ignorada depois por muito tempo (como tudo de origem nos intelectuais católicos quer de língua latina quer de língua alemã).

Só foi recuperado no final do séc. 19, não por acaso em Viena, o centro do conhecimento na altura, e a capital da contra-reforma. Ainda assim este ressurgimento foi novamente calado com o séc. 20, com Keynes, as duas guerras mundiais, e o ascensão do Anglo-Saxonismo que pretende tudo ter criado debaixo dos céus, apagando tudo o que outros tinham produzido, antes e melhor.

But we are back.

10 comentários:

CCz disse...

YES! YES! YES!

muja disse...

e o ascensão do Anglo-Saxonismo que pretende tudo ter criado debaixo dos céus, apagando tudo o que outros tinham produzido, antes e melhor.


But we are back.

Pois.

Ricciardi disse...

CCz,

Isso parece um orgasmo.
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CN,

O revivalismo faz parte da vida. É uma realidade recorrente. Em tudo. Olhe a moda.
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Cá para mim, se mandasse no mundo, a cortiça, especificamente alentejana seria, sem dúvida, a moeda-padrão. E olhe, note bem, qualquer palerma sabe distinguir uma rolha portuguesa alentejana, de uma rolha estrangeira.
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Mas admito, que se fosse gajo dos trópicos inclinar-me-ia para as conchas.

Ambos, as conchas e a corticinha já foram, em mediavais tempos, padrão para trocas de outros bens.

Mas houveram outros. Olhe, há uns seculos, levavamos coisinhas feitas de vidro e, imagine-se, trocávamos esses vidrinhos por pepitas de oiro.

Essa coisa rara, o vidro, era um negócio excelente para os nativos. Davam aquilo que tinham em abundância e recebiam o que não tinham. O valor das cenisses é relativo.

E o que é que nós, os Portugueses, tem em abundância? perguntar-me-à.

Ouro. Temos tanto ouro como tivemos vidro outrora para trocar.

Só tendo muito ouro é que se justifica que hajam portugueses que pretendam fazê-lo padrão universal.

Porque se não tivéssemos tanto ouro eu não acredito que alguém pudesse defender uma coisa que não temos para podermos ter alguma coisa com ele.

Caso contrário, defendemos como sendo bom para nós algo que é bom para outros. Ora se nós temos muito ouro, para dar e vender, é natural que queiramos que ele seja procurado para reservas de todos os países ao ponto de o tornar padrão.

Os gringos estão agora a pensar em emitir uma moeda de 1 trilião de dolares em platina. Parece que descobriram uma mina de platina no texas. Sacanas.

Olha se os gajos, de repente, começam a exportar a moda para outros paises. Um problema do caraças para nós que estamos cheios de ouro e cortiça. Lá teriamos nós que vender a cortiça e o ouro imenso ao desbarato para, sim, para adoptar o novo padrão. A platina.

Quem diz platina, diz um carbono mais denso qualquer especial de corrida que se julgue melhor para o nosso bem. O bem dos gringos, claro, porque o nosso será sempre a cortiça... e o ouro imenso em stock debaixo da nossa terrinha.

Ora bem, lembrei-me então do socialismo por causa das coisas. E do liberalismo também. Ideologias internacionalistas. Para o bem da humanidade.

Eu, mais modestozinho, menos internacionalista, mais caseirinho enfim, fico sempre a pensar no meu Portugal. E pergunto-me sempre mas oh Rb essa cena da platina era boa para o meu país? e o meu outro eu responde-me sempre da mesma maneira. Até me desconcerta. Opá, tu és mesmo totó. O que te convém é que se use um coisa qualquer que tu possa adquirir facilmente e de forma exclusiva; platina meu, tu às vezes pareces marciano. Ao de é que tens platina pá? não sabes tu que ela custa os olhos da cara e que são meia duzia de gajos que a controlam?

Eu, lá meto o rabinho entre as pernas, e fico sempre alerta a ver se encontro, debalde, respostas nos blogues de peritos da matéria.
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Rb

CN disse...

Isso são uma série de falácias juntas.

Ter muito ouro ou não ter nenhum para o caso é indiferente. É produzindo que em troca se recebe ouro para depois trocar por outros bens.

É indiferente "ter muito outo" ou "não ter".

Ricciardi disse...

«Ter muito ouro ou não ter nenhum para o caso é indiferente»CN
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Bem já chegamos a uma conclusão.
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Mas olhe, se a quantidade é indiferente, e depende da riqueza, então, bolas, serve para quê?
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Se é 'produzindo que se obtém oiro para depois trocar por outros bens', esse papel, é especificamente o papel do papel-moeda, passo a redundância.
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Em suma, já chegamos à conclusão que é IMPOSSIVEL comprar ouro para servir de garantia à moeda em circulação. Impossivel porque não temos activos suficientes para adquirir essa quantidade de ouro. Vc alegou que não era preciso comprar ouro fisico. Fiquei a pensar se podia comprar ouro virtual, confesso. Disse até que podia entrar o ouro como 2ª moeda a circular livremente a par do papel-moeda.
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Ora, nem os austriacos acreditam nisso. Já sabemos que colocar duas moedas no mercado, uma delas é banida. Curiosamente é banida a mais forte. Não tem curiosidade alguma. É perfeitamente racional que, se eu poder pagar com papel-moeda ou pagar com ouro eu prefira a 1ª e guardar muito bem a 2ª. Isto sem considerar derretê-la para vender no estrangeiro como aconteceu na história.
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Finalmente, alega que, afinal, o ouro só serviria de indexante. Que a quantidade do metal é indiferente. Ora, um indexante não garante coisa alguma. A minha nota continua a não ser convertivel em ouro. O que pode dizer é que o dinheiro só valoriza ou desvaloriza em função do garu de extração do metal e da procura e da oferta do mesmo para efeitos da industria e moda.
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Rb

CN disse...

"Em suma, já chegamos à conclusão que é IMPOSSIVEL comprar ouro para servir de garantia à moeda em circulação. Impossivel porque não temos activos suficientes para adquirir essa quantidade de ouro"

Não é nada impossível. Não disse isso.

"Já sabemos que colocar duas moedas no mercado, uma delas é banida. Curiosamente é banida a mais forte"

Não é nada banida a mais forte. É banida a mais fraca. Só se fixarem valores artificais por lei é que a mais forte desaparece. Se for livre a mais forte prevalece.

Ricciardi disse...

CN,
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Quando vc conseguir explicar como adquire ouro para servir de garantia à moeda em circulação, aí sim, valerá a pena discutir.
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Dizer que é possível sem dizer como, não colhe.
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Mto menos afirmar que a moeda banida é a mais fraca quando está demonstrado o contrario, principalmente quando se trata de moeda-ouro.
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Rb

CN disse...

O que é que significa "aquirir ouro" para servir como garantia?

Só é preciso deixar o ouro circular como moeda. Ele já circula entre Bancos Centrais. Entre detentores de ouro amoedado e em barra. Entre detentores de certificados de ouro depositado. Entre detentores de contas denominadas em ouro.

Quanto a lei de Gresham está a interpretar da forma corrente que é a errada. Vou escrever sobre isso.

Anónimo disse...

Circula e circula muito bem, como mercadoria e investimento e reserva de valor.
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Mas para circular como moeda tem que ter ouro físico. Ou notas que valessem ouro guardado algures, não é?
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Vc, ao que parece propõem que a moeda-ouro possa ter curso legal a par do papel-moeda. E cada pessoa escolha aquela que quer utilizar.
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Nada a opôr a isso.
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Pessoalmente, iria SEMPRE utilizar o papel-moeda para comprar as minhas maças e cebolas. Se metesse a mão ao bolso e tivesse uma moeda-ouro e uma nota-moeda, escolhia a nota-moeda, obviamente.
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A de ouro guardava-a o mais que pudesse. Asseguro que toda a gente o faria. É por isso que a moeda má expulsa a boa. A boa sai lentamente de circulação e passa a ser reserva de valor e não meio de troca. Isto já aconteceu na história. Não estou a inventar nada.
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Ora, para ser reserva de valor, deixa de ter efeitos na troca. Ou seja, deixa de ser usada como dinheiro. É assim o mercado. Uma chatice, mas é assim, por muito que queiramos mudar a realidade.
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Em suma, concorda que é impossível adoptar uma moeda-ouro com curso legal obrigatório exclusivo, isto é, converter a massa monetária em ouro. Certo? Já que isso implica que tenha que ter o ouro primeiro.
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Antigamente trincavam a moeda para ver se ela era de ouro. Mas hoje juntam-lhe cobre em cerca de 10% na quantidade. Ainda não fiz a experiencia de arquimedes para ver se as moedas tem mesmo a quantidade de ouro que dizem que têm. Mas tambem não sou fisico e não sei bem o peso relativo e o atómico e o diabo que os carregue aos fisicos, de cada metal da tabela periodica.
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Mas desconfio caraças. Desconfio dessa gente. Eles dizem que tem só 10%, mas deve ter 10,5% ou 11% de cobre. Dizem que o Krugger e o American Eagle são moedas fiáveis. Mas conhencendo eu bem os zulus e os gringos tambem não posso confiar neles.
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Agora, imagine que elas circulavam mesmo. Era um problema dos diabos. Se bem que podia montar um negócio de avaliações da veracidade do ouro. Um verdadeira mina. Uma banheira cheia de agua, moedas lá para dentro... e gritava, como Arquimedes eureka eureka eureka... as moedas são todas falsas.
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Rb

zazie disse...

Completamente certo, morgadinho.

Entre papel e ouro, como é mais que óbvio, eu nunca largaria o ouro para comprar tretas cuja preciosidade se pode trocar por papel

ahahahahahahahaha