15 dezembro 2012

é a comunidade, estúpido

Depois de assassinar a mãe, Adam Lanza, um rapaz de 20 anos, dirigiu-se a uma escola básica de Connecticut e assassinou mais 26 pessoas, entre as quais 20 crianças. Por fim, segundo as notícias disponíveis, suicidou-se.
O irmão mais velho, Ryan Lanza, que não via o Adam desde 2010 (que família!) declarou às autoridades que o irmão era autista (esquizofrénico) e que sofria de perturbações da personalidade.
Esta tragédia deve-nos fazer pensar sobre a melhor maneira de lidar com as pessoas que sofrem de doenças mentais. Numa sociedade que valorize a família e a comunidade os doentes mentais podem viver mais integrados porque estão sob uma vigilância constante. Numa sociedade desestruturada, sob o ponto de vista familiar e comunitário, os doentes mentais poderão ter de ser internados, a não ser que todos estejam dispostos a sofrer este tipo de consequências.
A solução, que o presidente Obama ontem reclamava, está na comunidade. Não está no controle da venda de armas.

75 comentários:

zazie disse...

Claro que também está acima de tudo, no controle da venda de armas.

Então este louco estava armado até aos dentes e v. defende isso dee depois diz que a comunidade é que deve controlar?

Controlar o quê?

Controlar os balázios que os loucos disparam?

Anónimo disse...

Zazie,
Na Noruega não há controle de venda de armas? E na Suiça a população não está toda armada?
E vendem-se bombas nalgum sítio?

José** disse...

Pois é.

Sobre o controle de armas: não se esqueçam das consequências vistas com a proibição do álcool, em 1920 neste mesmo país. Não foi suficiente para impedir o alcoolismo. Muito pelo contrário.

José** disse...

Paz nas almas dessas crianças.

José** disse...

(.....Quantos morrem em "outros lugares" sob as bombas americanas?.....)

zazie disse...

A sua lógica é cá uma coisa...

Portnto, como morrem também pessoas noutros locais onde não é permitido qualquer louco comprar armas, é bom deixar-se que qualquer louco as compre.

Relamente... e depois as mulheres é que não têm lógica.

zazie disse...

Até o Breivik se queixou da tremenda dificuldade que teve em arranjar o armamento.

Na América, isto é habitual porque qualquer imbcil pode ter um arsenal em casa.

E depois v. vem com conversa de dona-de-cada, a dizer que é preciso é a "comunidade controlar".

Que controlar, toininho? Andar meio mundo a inspeccionar a casa de outra metade para concluirem que estão todos bem armados e, portanto, a comunidade a salvo destas loucuras?

Na volta era isso que v. queria dizer e se acanhou.

zazie disse...

Parecia uma daquelas donas a falar eduquês.

"A solução não está na venda das armas, está na comunidade"

ehehehe

Palavras para não dizer nada.

José** disse...

"Na América, isto é habitual porque qualquer imbcil pode ter um arsenal em casa." Zazie.

Concordo. E com o resto do vosso propósito também.

Mas veja bem : assumimos que o controle das vendas de armas passa ser votado, o que fazer com as armas já vendidas ? E alem, se ocorre de novo um massacro, e desta vez com armas compradas no mercado negro ? Os pró-armamento anularão a lei e voltam ao estado anterior.

Parece-me que o Joaquim tem um bom ponto quando ele diz assim : "Esta tragédia deve-nos fazer pensar sobre a melhor maneira de lidar com as pessoas que sofrem de doenças mentais."



...agora deixe-me ir buscar o meu capacete pf.... ;-)

zazie disse...

Então explique lá onde está a lógica de se dizer que é preciso mudar algo que faz parte das mentalidades e até da vivência das pessoas- com as famílias desestruturadas e cada um por si, em vez de se mudar algo que é possível- impedir a facilidade de qualquer louco estar armado até aos dentes?

Esta é a lógica das donas da assistência- é pensamento de mulher toina- é preciso mudar o mundo!


Como não conseguem mudar o mundo- largam estes desabafos e impedem que se faça algo de prático.
............

Além do mais nem é nada disso. O Birgolino chegou a escrever anormalidade maior aquando do Breivik- eu até fiz post- disse que o problema foi não estarem todos armados na ilha.

O Birgolino tem estas pancadas de neotonto à americana. Lá se imagina no Texas com estas imbecilidades.

É outro estrangeirado- por vontade deles importava-se toda a merda americana.

zazie disse...

Mas muito gostam os tugas de viver de palavras.

Enchem a boca com frases grandiloquentes que não querem dizer nada e ficam felizes.

"o que é preciso é lidar com estes casos de loucura".

Ora bem- e como é que estavam a pensar lidar "com estes casos de loucura" que só se sabem depois delas acontecerem?

Contem lá, ó donas, que eu sou toda ouvidos

ahahahahah

Parece mesmo que estou a falar com uma perua da assistência- elas falam assim para a plateia.

zazie disse...

«Numa sociedade que valorize a família e a comunidade os doentes mentais podem viver mais integrados porque estão sob uma vigilância constante.»

Portanto, temos de esperar que apareça uma sociedade que valorize a família.

Engraçado- pode-se esperar sentado e continuar a vender armas, porque, com o Birgolino diz, a solução "está na comunidade".

É bruxedo, essa "solução" mas soa bem.

José** disse...

héhéhéhé....

José** disse...

It's the (broken) family. Stupid!

zazie disse...

":O)))

José** disse...

"É bruxedo"


ahahahahah !!

José** disse...

frescamente recebido por Facebook, de parte uma prima nascida nos Estados-Unidos e mãe de família.

--> https://dl.dropbox.com/u/84761752/screenshot.png

zazie disse...

Pois, está bem. O outro também queria acabar o dia na igreja, depois do massacre.

Isso não é nada. Podem lá meter Deus na escola que com armas, matam-se na mesma.

V. não me diga que nunca assistiu a um diálogo de chavões.

Eu já. Adoro morder conversas dessas. Uns largam uns chavões, que não se traduzem por nada de concreto, e os outros vão e respondem com outros chavões idênticos.

São capazes de passar tardes nestes jogos florais.

No fim ficam todos muito contentes com eles próprios porque falaram bem e não precisaram de fazer nada.

zazie disse...

Eu até já tenho uma lista de chvões para me antecipar nestas patuscadas.

Atirto logo com o que vão dizer - que nunca é nada e serve para tudo e o seu contrário- e concordam todos.

É mesmo isso- é isso que é preciso- costumam dizer

":O)))))

zazie disse...

Com as falências de empresas também usam outro chavão que bate sempre certo:

"foi problema de má gestão".

Ora vá ao google e tecle "problema de má gestão" e vai ver se isso não serve para tudo, incluindo as boas gestões que vão à falência por motivos sempre bem concretos que não se arrumam em chavões.

José** disse...

Mas Zazie : é chavão mas é também o prazer de uma conversa simples e simpatica, um sábado à tarde. Com um cafezinho no escritório.
Se a conversa for curta não é mal. É tosco, ficamos contentes mas é convivial.

;-))

zazie disse...

É capaz de ser isso.

Eu prefiro nonsense para rir. Adoro dizer disparates e ir-me à gargalhada com coisas muito anormais.

Mas falar por chavões e pôr ar importante, não faz o meu género.

Encanita-me mesmo.

E é um vício- há quem já não consiga pensar por esse motivo. Porque tem sempre a frase pronta para tudo.

José** disse...

"É mesmo isso". Nao. É o contrario.

É Assim : "É isso mesmo"


hahahahaha !!


PS : vou pesquisar "foi problema de má gestão"

zazie disse...

rir-me

eheheh

E, em apanhando alguém com a mesma mania dos disparates, é mesmo um disparate pegado

":O))))))

zazie disse...

Olhe, com profs então é de se morrer a rir. Falam ET.

Com uma amiga minha tenho de lhe dar uns abanões e pedir para traduzir o que está a dizer.

Não se percebe nada.

No outro dia, a propósito da filha de uma amiga que anda há anos a tentar escolher o curso certo e todos os anos muda para outro- nunca passou do metade do 1º ano a nada- dizia ela que nem devia ser assim porque ela "teve sempre muito refoço".

Muito reforço? perguntei eu, a pensar em algum tipo de farinha para engorda.

E ela ficou muito admirada por eu pensar que "muito reforço" podiam ser papas da Nestlé.

José** disse...

"pôr ar importante"

As vezes, visto a gravidade dos temas de conversa, este "ar" nos escapa. Mas não é por mal.

zazie disse...

A "não sei quantos" deu-lhes sempre "muito reforço"

Foi tanto o reforço que nem sabe o que há-de fazer na vida

ahahahahahaha

zazie disse...

Olhe, o meu problema é o inverso.

Nunca consigo dizer nada com ar sério durante muito tempo.

Tenho sempre de avacalhar tudo.

É lixado. E nem sei como me levam a sério. Se não fosse por não ser totalmente ignorante, havia de ser lindo.

Cometo sempre gafes e digo disparates nas alturas mais impensáveis.

zazie disse...

Mas nem dá para tentar mudar. Sempre fui assim.

Nem, me apercebo disso. Sai sempre anormalidade e coisa para rir.

Até perante juris ou mesmo frente a meretíssimo de tribunal. Falo como escrevo aqui.

zazie disse...

Uma vez a um que estava a ser besta, até lhe perguntei se por acaso nunca tinha reparado que já cá tinha chegado a luz eléctrica.

O tipo até corou. Porque estava a fazer tudo mais atrasado do que era.

José Lopes da Silva disse...

Vejo aqui muito pensamento protestante. Meio verdadeiro. Certamente que uma comunidade atenta consegue ajudar a impedir este tipo de casos. E certamente também que maior dificuldade no acesso a armas também ajuda a impedir este tipo de casos. A especificidade americana está nas regiões do país onde ter armas faz parte dos usos e costumes (não lhe vou chamar tradição).

A não ser que o Joaquim considere que o ideal é cada um ter uma pistola no bolso p eventualidade de aparecer um gajo destes. A não ser que a Zazie garanta que tudo o que é desequilibrado não conseguirá fazer mal a ninguém se o uso de armas for proibido...

zazie disse...

Lá vem outro com as utopias.

Esta malta droga-se.

ò pá, o mundo não é paraíso. As coisas nunca irão ficar perfeitas.

Mas podem ser menos más. Apenas isto.

Por cá não existem crimes desses e não há Deus nas escolas nem famílias muito estruturadas nem comunidades muito cuidadoras.

Nem cá nem na Europa mas não existem estes crimes tipicamente à americana.

Porque será, se na América até existem muitos locais nas berças com forte noção familiar e de comunidade?

hãã? porque será que um louco armado é mais perigoso que um louco que tenha de atacar com uma fisga?

José** disse...

"Uma vez a um que estava a ser besta, até lhe perguntei se por acaso nunca tinha reparado que já cá tinha chegado a luz eléctrica."


hahahhahah!!!

José** disse...

"Vejo aqui muito pensamento protestante." - José Lopes da Silva


Então vai te embora!!

:-)))

José** disse...

Zazie,

Ultimamente, lembrei me de a ler na caixa de comentarios do Portal da Loja, dizendo que o Paulo de Morais pecava em nao dizer os nomes do pessoal corrupto na assembléia.

Lembra-se ?

zazie disse...

Sim. O José diz o mesmo.

Ele chama corrupção a tudo. Na volta até o gato da vizinha há-de ser corrupto.

E depois anuncia festas e concertos de artistas contra a corrupção

ahahahaha

Vive dela sem precisar de denunciar nada de concreto.

José** disse...

ahahah... Pois. Eu diria que lhe falta algo de camponês par ser ao meu gosto.

Olha, sabe que eu vivo fora de Portugal. Já tinha reparado não é ?
A poucos dias, encontrei este video, não me lembro como. E como estou afastado, não sabia quem era o tal Paulo de Morais. Curioso, olhei o discurso do homem.
O tema, obviamente, é a corrupção e ele fala dos casos que todos na sala conheçam.

Desculpe a minha ingenuidade, mas cuando tiver uns minutos repara, ele cita nomes bem.


http://www.youtube.com/watch?v=aiTSJekHbxQ&list=UU9G31LJQFEDsoTx7UdIHcJA&index=4

zazie disse...

Mas o José já explicou isto.

A diferença é que muitos destes casos são perfeitamente legais.

Nem sequer se enquadram na corrupção passiva.

Ele mistura sempre tudo. Neutraliza tudo a falar em tretas. Claro que há gente que está em demasiado sítio.

Mas é preciso explicar se isso é feito fora da lei ou dentro da lei.

E ele nunca diferencia nada.

Na volta nem se interessa- gosta de palrar.

zazie disse...

Eu até perguntava outra coisa- ele já denunciou à polícia algum desses "casos" ou prefere vender crónicas com eles?


Olhe, eu nunca escrevi nada acerca de corrupção nem merdas do género. Mas, dia 17 vou a tribunal depor num caso de meter nojo em que entra o Estado.

Quem se sente, faz. Quem não se sente, palra.

José** disse...

Eu bem tinha a intuição que havia algo batia falso. Não sei se era no penteado o outra coisa...

Então ficamos aqui.
Até breve.




PS : Peço desculpas ao Sr. Lopes da Silva. :)

BLUESMILE disse...

Joaquim:

Joaquim:

A solução passa por sistemas de saúde com serviços psiquiátricos integradores e eficazes, com equipas multidisciplinares que actuem na comunidade.

Mas mesmo com um sistema de saúde exemplar, existe sempre a possibilidade de haver doentes graves descompensados.

O problema não é apenas existirem doentes psicóticos descompensados e potencialmente violentos.

O grande problema é estes doentes terem livre acesso a armas pesadas, armamento militar inclusive.
Acabar com a venda DE armas impede crimes com esta dimensão.

BLUESMILE disse...


Na Noruega não muito controle de venda de armas. Apesar dos homicídios com armas de fogo serem raros na Noruega, onde os policias nas ruas não andam armados, a venda de armas é livre e a as armas de caça são normalíssimas.

BLUESMILE disse...

"Numa sociedade que valorize a família e a comunidade os doentes mentais podem viver mais integrados porque estão sob uma vigilância constante.»"

Isto só em parte é verdade. Convém referir que as principais vítimas de pessoas com doença mental grave são a família mais próxima sobretudo mulheres/crianças. Neste sentido, quando maior a integração familiar e comunitária, maior o risco... portanto, a vigilância não basta, são necessários cuidados médicos especializados que actuem na comunidade e uma rede de serviços de saúde estruturados.
E proibição de venda livre de armas, evidentemente. Não é por acaso que em Portugal para se ter uma licença de uso e porte de arma, mesmo de caça, tem de se ter sanidade mental.

Lura do Grilo disse...

pai ausente, mãe feminista e marxista: o paradigma das novas famílias.
Um adulto, entre os seis mortos, com uma arma e treino podia ter impedido a matança e salvado todas as vidas.

BLUESMILE disse...

Lulu:

A culpa é da mãe feminista e marxista, claro. Sobretudo porque a mãe feminista tinha armas pesadas em casa. Quatro armas.
As mesmas que o garoto esquizofrénico usou para a matar. A ela e a mais vinte vítimas incluindo crianças enter cinco e oito anos.


http://video.today.msnbc.msn.com/today/50208495/#50208344

BLUESMILE disse...

http://video.today.msnbc.msn.com/today/50208495/#50208352

joserui disse...

Joaquim! Se aquelas pobres crianças estivessem bem armadas, já para não falar nos professores e mulheres da limpeza, nada disto tinha acontecido... num país daqueles só a lógica do farwest... Tem piada que passa por lá meia dúzia de anos e vem com o argumentário todo do fim da guerra civil... -- JRF

Lura do Grilo disse...

Nivaldo Cordeiro fala sobre as armas:

"O recente massacre de crianças nos EUA trouxe de novo a ladainha midiática pelo desarmamento civil, uma falsificação dos fatos. O que se viu é que leis nos EUA tornaram os campus escolares território 'livre' das armas dos bons cidadãos, mas os chacinadores não as respeitam e lá encontram sua caça abundante e sem resistência. É o que há contidianamente nas periferias das nossas cidades, que contabilizam chacinas diárias. Aqui os bandidos têm o monopólio das armas."

marina disse...

numa aldeia os doentes mentais estão sob vigilância constante ou quase. numa cidade , com famílias que trabalham e vizinhos que nem se conhecem , os doentes estão sozinhos. não gosto nadinha do tratamento "inserido na comunidade" , para poupar uns cobres no internamento.

BLUESMILE disse...

"não gosto nadinha do tratamento "inserido na comunidade" , para poupar uns cobres no internamento. "

Por acaso até fica mais caro.

BLUESMILE disse...

Mas poupa-se se em balas e em morte de inocentes.

marina disse...

é assim , Blue , eu não sou psi , mas deve haver lá qualquer coisa no que estudaram que os faça poder distinguir entre doentes mentais que representam perigo para a comunidade e devem ser internados e os que não. logo , aqui o que falhou foram diagnósticos. é a sacro santa medicina que deve ser questionada.

BLUESMILE disse...

Marina:
Tens razão em alguns aspectos , mas provavelmente este jovem nem sequer estava a ter tratamento psiquiátrico.
Não te esqueças que;
1 - Um programa psiquiátrico continuado é caro
2 - A medicação para estas situações (provavelmente um transtorno psicótico grave), é bastante eficaz mae exige que seja tomada com continuidade, sem interrupção e com monitorização psiquiátrica.
Os medicamentoso são caros.
Isto fica caro e o sistema de seguros dos EUA não cobrem muita destas situações.
4 - Nos doente mentais graves é fulcral a acessibilidade aos serviços de saúde mental e á medicação.
3 - O que falhou não foi "a santa medicina" , foi a falta dela.

zazie disse...

Uma professora primária com bruta moradia com piscina ia mesmo ter dificuldades económicas para comprar remédios para o filho...

há quem não se enxergue na ânsia de fazer passar mensagem de agit prop.

muja disse...

Eu cá acho que restringir as armas não vai resolver coisíssima nenhuma.

Tal como o Joaquim disse, a Suíça está armada até aos dentes e estas merdas não acontecem.

O que acho surpreendente é não haver mais disto. Isso sim. No estado em que aquilo está, é uma cultura que só pare desequilibrados, gente doida, lunáticos. Se não tivessem armas, limpavam-se à catanada ou até á dentada que fosse. E não me venham com histórias que são doentes mentais que têm acesso a armas, como se fosse um maluquinho internado no Júlio de Matos a ir a um armeiro comprar uma espingarda de assalto. Aquilo é gente que anda a congeminar e passa bem por sã da cabeça até ao dia. São maluquinhos mas paridos pela sociedade, não pela natureza.

Não que ache que as armas deviam andar aí ao pontapé, mas o problema não é esse.

joserui disse...

Ò caro Muja, o teu comentário é uma contradição de termos. Pelos vistos o problema é a sociedade (a comunidade)... ora numa sociedade dessas, tem-se acesso livre a armas? Se os nut jobs andam por lá e te admiras não acontecer mais vezes, então se mandasses, não sentirias obrigação de reduzir os estragos? Sei lá, por exemplo, proibindo as semi-automáticas? Se a segunda emenda tem 200 anos, só podem ter armas com 200 anos, é justo...
E em sociedades como a Suiça (há uma razão, o teu comentário é completamente demagógico) se são assim tão pacíficas e civilizadas as armas são para quê exactamente? Para caçar ursos? Não entendo... os ursos não foram praticamente extintos na Europa? Acho que só existem para o Leste... ainda há poucos anos um bravo caçador matou a última fêmea nos pirinéus... -- JRF

zazie disse...

«Eu cá acho que restringir as armas não vai resolver coisíssima nenhuma.»

E a seguir...

«No estado em que aquilo está, é uma cultura que só pare desequilibrados, gente doida, lunáticos»

Eu passo. Não consigo entender a falta de lógica.

zazie disse...

Portanto, uma sociedade que só pare desequilibrados é bom que também lhes dê acesso a armas desde tenra idade.

A lógica é esta- são loucos, portanto, não lhes tirem as armas.

zazie disse...

E ér verdade, sim que é uma sociedade de violência.

Porque têm pouco mais que 200 anos e foi assim que se fizeram.

A diferença é que as armas progrediram e eles não.

muja disse...

Bom, Vs. terão talvez alguma razão. Vou tentar desenrascar-me:

Na Suíça têm armas, porque podem necessitar delas a qualquer momento, já que a qualquer momento podem ser mobilizados para defender o país. De qualquer forma, têm-nas em casa. Portanto, não é o ter as armas em casa que origina a violência, nem o que faz das pessoas maluquinhas. Acho que até aqui, estamos todos de acordo.

Mas é claro que, tendo em conta que aquilo é um país de malucagem (os EUA claro, não a Suíça), parece sensato restringir o acesso às armas.

O que eu quero dizer é que acho que, embora pareça sensato, tirar as armas não resolve nada. Minimiza de alguma forma as consequências, talvez. Mas a malucagem vai procurar outros meios de se "exprimir". Quem não tem cão caça com gato, e lá não é excepção.

Mas também é verdade que com uma caçadeira é mais difícil causar uma carnificina do que com uma espingarda de assalto. Por outro lado, isto não é gente que acorda um dia com a maluqueira e decide matar tudo. Andam a congeminar a coisa durante algum tempo, planeiam minimamente. Portanto, têm tempo para arranjar as armas na clandestinidade. O outro maluco norueguês não as arranjou? Então...

Agora a questão é: há menos malucos destes na Noruega porque têm menos acesso a armas? Duvido muito...

Mas que não venha de mim oposição a que se restrinjam as armas! Só que acho é que perde-se muito tempo a falar nisso, em vez de ir à raíz da questão, que não tem nada que ver com armas... e tem tudo que ver com pessoas.

Aliás, seria interessante ver as taxas de homicídio nos estados que não restringem as armas e nos que restringem. E, já agora, comparar também com a taxa de crimes violentos...

Agora, está o facto de eles não quererem restringir as armas relacionado com a malucagem deles? Não ficaria surpreendido...

José Lopes da Silva disse...

Zazie,

Não é uma questão de paraíso, é uma questão que os Estados Unidos tem 300 milhões de pessoas e várias sub-culturas lá dentro, e onde há sítios com conceitos de família, também há sítios que nem por isso. O que é geral é uma cultura de porte de arma específica. Uma sociedade de violência, como v. diz. Diferente da cultura de porte de arma da Suíça, diferente da nossa.

josé**,

na boa!

zazie disse...

Pois eu, como sou uma básica que não tem a mania de fazer poesia com coisas do género- só digo- pois poderão ter muitas outras maneiras de expressar a loucura, ó Mujah- tirem-lhes as armas automáticas e deixem-nos expressar à fisgada, homem de Deus.

V. não consegue entender que o perigo está na arma?

É que está mesmo. Não está noutra cena abstracta nem em sociologias à ISCTE.

Os suíços não costumam andar na guerra. Os americanos andam- as armas não são para colocar em cima de relógios de cuco na sala; são mesmo para treinar e usar- como se comprova.

zazie disse...

Mas há uma mania tuga que é mesmo de sociologia à ISCTE- fazer valer o paradoxo como se aí é que estivesse a lógica.

Exemplo: dizer-se que proibir o uso de armas provoca mais crimes de que a liberalização de todo o armamento.

Costumam dizer isto, acompanhado de outro paradoxo que é mentira- que também se passou a beber mais aquando da lei seca.

E usam o mesmo tipo de nonsense a propósito da droga ou até dos telemóveis- que liberalizar a droga faria diminuir o consumo.

Com os telemóveis sempre ouvi a explixação sociológica que as pessoas iam comunicar menos- por terem um objecto que permite comunicar mais.

A arma é o mesmo- se tiverem muitas armas à disposição disparam menos que se fossem proibidas.

zazie disse...

E depois arrematam sempre esta lógica da batata com as tais tiradas poéticas e utópicas, ditas em voz cava:

"o problema é outro; é preciso mudar as mentalidades; é preciso mudar a sociedade".

joserui disse...

Hehee... eu também acho que é preciso mudar a sociedade... nem que seja à bala. Ao balázio. Ao tiro... é deixá-los mudar a sociedade... eu estou à espera que mude...
Por exemplo... está a Europa a moldar-se aos EUA, ou os EUA a moldar-se à Europa?... a nossa sociedade está a ficar melhor ou pior sob certos padrões americanos?... vá lá... o McDonalds é um valor acrescentado para a nossa sociedade?... deve ser...
Vamos dar as mãos e mudar a sociedade... o problema é a sociedade... por isso os nuts jobs se chamm também sociopatas... vem de sociedade... -- JRF

joserui disse...

Caro Muja, ainda hoje estive numa casa de uma família suíça e devia ter perguntado... tenho a certeza quase absoluta que as armas na suíça não andam à mão de semear...
Aliás cá, evitavam-se muitos acidentes com crianças e muito assassinato passional ou de má vizinhança se as caçadeiras desses briosos caçadores estivessem fechadas num cofre como manda a lei e se fossem todas legais também... eh pá... o estado meteu-se na relação entre o caçador e a sua arma?... deve ser coisa de socialista... isso no Texas nunca passaria... -- JRF

BLUESMILE disse...

1 - Ao contrário do que alguns malucos pensam, as armas, na Suíça NÃO ESTÃO EM CASA. Estão guardadas e bem. Em caso de mobilização militar, cada cidadão ( e potencial soldado) sabe onde dirigir-se para buscar armas e munições. Mas tudo controlado ao milímetro. Ou não fosse na Suiça...

2 - "Uma professora primária com bruta moradia com piscina ia mesmo ter dificuldades económicas para
comprar remédios para o filho..."

Por acaso não é nada inédito nos EUA. Uma prof primária no desemprego a viver da pensão de divórcio não é propriamente rica, mesmo com moradia de ex-marido..
E nos EUA os seguros de saúde para doentes crónicos com riscos de violência auto ou hetero dirigida são caríssimos.
Não me admiraria nada que se visse á rasca para comprar antipsicóticos eficazes e cuidados pisquiátricos permanentes.

Se a isto somarmos o estigma que sofrem as pessoas com doença mental grave e suas família e, que, segundo a OMS, é um dos principais factores que não permitem ás pessoas doentes ter acesso a cuidados médicos, é altamente provável que este jovem não estivesse a ter acompanhamento psiquiátrico adequado.

3 - Em média , 1% da população tem esquizofrenia. A maior parte, não está diagnosticada até acontecer algo deste tipo. Pensem nos números totais.

zazie disse...

Não tinha dinheiro para comprar remédios mas tinha dinheiro para comprar armas depois do divórcio.

È de loucos. Aquilo era gente a quem não faltava dinheiro. Até tinha jardineiro privado que contou como foi ela que ensinou o filho a disparar.

zazie disse...

E ele estava medicado.

Como é óbvio a medicina não faz milagres e os remédios não impedem coisas destas.

zazie disse...

Estas merdas são loucuras como a do Renato Seabra ou do Breivik.

Não são cenas de "doença que se trata".

zazie disse...

Por acaso conheci um tipo que cheguei a temer que a fizesse.

Tinha todas as características para isso.

E ia a aulas nocturnas apenas para ficar ali a mirar aquela gente.

Meteu-se na musculação e estava cheio daquelas hormonas.

Uma vez decidi falar com a mãe dele porque ele queria ir para a polícia e em tendo arma na mão era um perigo certo.

Pois a mãe confirmou-me que também temia e que até o pai tinha impedido que ele estivesse com a meia-irmã bebé porque chegou a tentar agredi-la.

Depois sei que andou em tratamento até em Espanha e foi recusado na polícia.

zazie disse...

Lembro-me que antes de falar com a mãe contei isto lá aos profs nocturnos e toda a gente gozou comigo.

Que nada, que era bom rapaz e que eu é que estava a ver filmes.

Estava pois... por isso é que nunca mais esteve perto da irmã recém-nascida de quem dizia gostar muito.

E é claro que foi cena que espoletou com o divórcio. Mas a loucura estava lá- estava na cara.

muja disse...

Tendes razão, pronto.

Eu continuo é a achar que eles deitavam a pata às armas na mesma. Em vez de ser na loja, era no traficante.

Mas sim, pelo menos dificultar-lhes a vida o mais possível nesse sentido.

BLUESMILE disse...

"andou em tratamento até em Espanha"

Pois.

Há tratamento.
Acho que há uma coisa importantes que pode ter a blogosfera: disseminar informação. Algumas ideias simples:

1)A doença mental grave tem tratamento.
2) Só uma percentagem muito pequena de doentes mentais graves tem um comportamento extremamente violento
3)Deve-se buscar com urgência ajuda médica especializada quando um jovem começa a apresentar comportamentos bizarros, ideias delirantes - normalmente persecutórias - ou alucinações auditivas.
4) Com medicação adequada e acompanhamento especializado, as
pessoas com perturbação mental grave podem estar integradas socialmente e ter uma vida feliz e produtiva.
5) Não se esqueçam de uma coisa simples - o jovem que realizou o tiroteio também foi uma vítima.

BLUESMILE disse...

Muja:

Raramente estas pessoas "premeditam" com muita antecipação este comportamento disruptivo. Normalmente , usam "o que está à mão", num episódio psicótico.
Por isso é fundamental manter os contextos seguros. O seja, sem armas.