11 setembro 2012

uma questão de patriotismo

— Eu não faço declarações por uma questão de patriotismo.

8 comentários:

Bmonteiro disse...

Herr Joaquim
O que é o patriotismo?
É como a serviço público da RTP?

joserui disse...

Patriotismo é meter este e *todos* os outros na cadeia... mas não é a comer e a beber à nossa custa... é a partir brita a troco de uma malga de sopa aguada, feijão e gorgulho... -- JRF

Lionheart disse...

A redução da despesa não seria menos dolorosa. 85% da despesa pública é despesa com encargos sociais. Redução na despesa implica cortes nos subsídios de desemprego, nos rendimentos de inserção, nos abonos de família, nos apoios escolares, na comparticipação dos medicamentos, nas pensões de reforma, nas pensões de invalidez, etc, etc.

Agora, perante isto, temos a obrigação de perguntar aos europeus do Norte, uma gente que acha que está a fazer um grande sacrifício e que o pessoal do Sul está aqui no bem-bom, como é que eles faziam a sua vidinha se tivessem os nossos salários com a nossa carga fiscal e o nosso Estado "social". Garanto que eles nem abrem a boca.

Esta é a maior pecha do governo. Vejo um CDS empenhado em escapar por entre os pingos da chuva, um PSD largamente ausente do Governo, com um Primeiro-ministro demasiado fraco e com pouca vontade em enfatizar perante a Troika, pelo menos publicamente (ao contrário de outros Chefes de Governo) que é injusto que os portugueses sejam sujeitos a mais sacrifícios, até porque isso nem tem qualquer racionalidade económica.

A partir daqui há que equacionar outro tipo de acções, explicando o nosso ponto de vista (é MUITO IMPORTANTE combater a narrativa que os países credores fazem passar nos media internacionais), acções que passam impreterivelmente pela diminuição da dependência face à UE. Sem isso não nos livramos da tralha da Troika.

A nossa situação complicou-se muito por causa da Espanha. A Troika endureceu as suas condições perante os países já intervencionados, e que portanto a isso não podiam escapar, devido à decisão do BCE de comprar dívida até três anos. Tiram com duas mãos o que vão "dar" com a outra. Nem quero pensar na machadada que teríamos de levar em troca das obrigações europeias. É melhor não desejar mais nada daqueles lados...

André Miguel disse...

Lionheart,
Digo mais: nós só podíamos aceitar que nos chamassem de pobres se tivéssemos baixos impostos e mesmo assim não saíssemos da cepa torta. Mas porra, pobres e com esta brutal carga fiscal??! Sempre fomos o país com menos retorno pelos altos impostos pagos! Se alguém teve a mania que era rico foi o Estado!!!

LJC disse...

Solidariedade do Norte? Não me parece pelo menos dos que estão no euro. Juízo tiveram os suecos e os dinamarqueses. A Merkl quer lá saber dos marroquinos do norte.
Atente-se no "friendly fire" do milagre económico alemâo:
Alemanha: pessoas mais pobres vivem menos anos
http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=36042
Começo a pensar que o plano é mesmo fazer os europeus morenos emigrar em massa e ir para lá pressionar os salários e manter a competitividade. Sempre dão menos problema que os turcos...

LJC disse...

No caso do Portas o patriotismo é o ultimo refugio do canalha.
Gosto mais do patriotismo do JRF :)

LJC disse...

Quem também anda muito patriótico é o Mário Crespo. Faz me uma entrevista ao Moedas que parece uma entrevista do Avante ao Jerónimo.

Lionheart disse...

Não há dúvidas que a Alemanha vai ganhar muito com a emigração do Sul e está activamente a cativá-la. Em primeiro lugar porque a Alemanha tem falta de profissionais qualificados em áreas como a engenharia, mas também porque mesmo em profissões menos qualificadas vai haver falta de trabalhadores alemães. Recentemente foi noticiado que as fábricas da BMW têm de ser adaptadas porque os seus operários vão ter de trabalhar mais anos por não haver quem os substitua. A malta nova por todo o lado quis ir toda para a universidade e lá, como cá, não há oferta suficiente de trabalhadores para a indústria. E a nova realidade social da Europa cai que nem ginjas para os alemães, que assim podem recrutar mão-de-obra europeia, em vez de ir buscar turcos ou árabes, que eles não suportam. Eles recebem os portugueses, os gregos ou os espanhóis de muito bom grado, porque se integram socialmente sem problema.

Já para nós, se a curto prazo é bom porque diminui os encargos do Estado com o desemprego (já que Portugal não vai conseguir diminui-lo tão cedo), a médio/longo prazo é muito mau porque são os mais trabalhadores que vão emigrar e muito dificilmente vão regressar. A juventude de hoje integra-se bem em qualquer lado, não tendo qualquer parecença com os portugueses dos anos 50 ou 60, que emigravam da província e em que muitos casos nem chegavam a aprender a língua do país onde viviam. E para isso também não vão precisar de intermediários nos países para onde se deslocarão, daí que as remessas de emigrantes desta feita não serão proporcionais à escala da emigração.