Fiquei surpreendido com o livro "Levantar o Céu" do José Mattoso, principalmente por o autor se revelar como um milenarista dos quatro costados.
J. Mattoso acredita que caminhamos "à beira do abismo, e com a consciência de que um pequeno gesto em falso, um simples e puro acaso pode desencadear perturbações de consequências imprevisíveis" (sic).
É surpreendente o milenarismo num historiador do gabarito de José Mattoso, surpreendente e ridículo.
É um estado de espírito que eu compararia ao de um médico hipocondríaco.
13 comentários:
Ó Joaquim, para perceber o Mattoso basta ter em conta o seu percurso religioso. Simples.
religioso e sexual, já agora.
Mas ele é bom medievalista e não faço a menor ideia do que é que o Joaquim entenda por milenarismo.
Mas, imagino que aqui para o padreca-ateu do sampy, percurso digno de nota devia ser o do Oliveira Marques (a nível religioso e sexual, claro).
Sexual, como?
Miguel D
O Matoso, de forma normal. O Oliveira Marques, em formato beija-cu.
O milenarismo (palavra que advém do latim millenium) designa a doutrina religiosa, retirada da Bíblia (Apocalipse 20, v. 1 a 10), que anuncia o regresso de Jesus Cristo para constituir um reino com duração de mil anos.
Ai, sim? quem havia de dizer...
Então, não há diferença entre o milenarismo do Joachim de Fiore e o nosso 5º Império e o milenarismo de todas as seitas que chacinaram milhares de pessoas em toda a Europa, né?
Olha, lê o Norman Cohn, Na senda do milénio e depois conversamos.
É que eu não sei a que é que o Joaquim se referia.
Zazie,
O JM transmite a ideia de que estamos à beira de um apocalipse, do fim do mundo.
São visões que ganham mais força no virar dos milénios e foi neste sentido que usei o termo milenarista.
Ah, ok.
Ele é um pouco passado e, ainda por cima, bloquista.
Mas é bom medievalista.
Pá o BE é mesmo o partido dos paneleiros!
E o que tem isso a ver com o Mattoso, ó patego?
O Mattoso é sempre alternou entre o convento e as garinas bem novinhas.
Eu não conheço nem o trabalho nem o homem, e desconfio que não tenha nada que ver, mas o "fim do mundo" e o "apocalipse", têm muitas interpretações e desprezar todas como "milenaristas", como gente doida, poderá não ser a mais sensata das condutas.
Nem tudo é gente doida.
Como exemplo - e haverá aqui quem saiba bem mais que eu - tome-se a visão "nietzschiana" do mundo. Sob muitos aspectos, poder-se-ia dizer que o/este mundo caminha para o seu fim a passo cada vez mais acelerado. Mas como os fins são sempre inícios, resta saber o que daí começará...
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