22 março 2012

pergunta-se à Mãe



Na próxima semana, se tudo correr como previsto, serei avô pela terceira vez. É natural que daqui por cem anos tenha muitos descendentes espalhados por aí. Se algum deles quiser saber se descende mim, como é que faz? Pergunta aos pais. E como é que os pais sabem? Porque perguntaram aos seus respectivos pais. É por este processo regressivo que os meus descendentes chegarão a mim e à verdade sobre a relação que eu tenho com eles.

Foi um processo todo baseado na palavra dos pais e de fé na palavra dos pais que permitiu chegar à verdade. Não houve necessidade de quaisquer testes científicos porque a ciência, nesta matéria, não acrescenta nada à verdade - apenas confirma a verdade que cada mãe já conhece.

Olhando de forma descendente, assim se formou - na realidade continuou, porque não fui eu que a iniciei - uma tradição familiar, caracterizada por laços de família, um nome de família, mas muitas outras coisas também em maior ou menor grau como, por exemplo, um certo tipo de profissões comuns aos membros da família e às sucessivas gerações, às vezes certa propriedade ou negócio ligado à família, datas festivas e modos de as celebrar, etc.

Nesta linha descendente em que ocorre a tradição, quem são prioritariamente as pessoas que a guardam e a transmitem? São as mulheres porque, como argumentei no post anterior, sem a presença central e decisiva da mãe, não há certezas nenhumas acerca dos laços familiares. É claro que os homens também têm lugar na guarda e transmissão da Tradição. Aquilo que pretendo salientar é que as mulheres são mais importantes do que eles.

Pode dizer-se com propriedade e genericamente que a Tradição é uma figura de Mulher.

Por isso, todas as comunidades humanas - e não apenas a família - que assentam na tradição e prezam a tradição atribuem um papel preponderante à Mulher. Porquê? Porque, em caso de dúvida ou de ignorância ou de descrença ou de confusão, pergunta-se à Mãe, porque ela é que guarda  a Verdade.

3 comentários:

Anónimo disse...

"Não houve necessidade de quaisquer testes científicos porque a ciência, nesta matéria, não acrescenta nada à verdade - apenas confirma a verdade que cada mãe já conhece."

Sobre esta temática gostaria de deixar um comentário e também a sugestão do Prof. Pedro Arroja lhe dedicar um próximo post.

O principio básico da epistemologia, ou seja, da construção do conhecimento cientifico, é o de admitir que a ciência conhece apenas uma parte da verdade (aquela que consegue comprovar com os instrumentos de que dispõe em determinado momento do tempo) e que esse verdade é sempre relativa, ou seja, que novos factos podem vir a alterar essa verdade.

Na minha modesta opinião isto abre-nos portas para conseguir demonstrar que é possível chegar a Deus pela razão.

Pedro Sá disse...

Essa conclusão é absurda. Parte de um princípio que é tendencialmente inquestionável para o aplicar sem mais a todas e quaisquer outras situações.

Anónimo disse...

Entao se para a semana me esquecer, parabens avo babado!! Abraco

Elaites