Tocqueville prossegue este texto a identificar as "razões escondidas" (no Catolicismo, as verdadeiras razões estão sempre escondidas, nunca à superfície) por que os católicos eram os mais republicanos e os mais democratas de todos os americanos.
Começa por procurar desfazer um preconceito: "Eu penso que está errado quem considera que a religião Católica é uma inimiga natural da democracia. Pelo contrário, entre as várias doutrinas cristãs, o Catolicismo parece ser uma das mais favoráveis à igualdade de condição. Para os católicos, a sociedade religiosa é composta por dois elementos: padres e povo. O padre é educado acima dos crentes; todos os outros abaixo são iguais".
E depois explica por que é que o Catlocismo é assim igualitário: "Em matérias de dogma, a fé Católica põe todos os intelectos ao mesmo nível; o sábio e o ignorante, o génio e o homem comum; todos têm de subscrever os mesmos detalhes da fé; pobre e rico têm de seguir os mesmos preceitos, e ela impõe as mesmas obrigações sobre os fortes e os fracos; não admite qualquer compromisso com nenhum dos mortais, e, por isso, aplicando o mesmo padrão a cada ser humano, mistura todas as classes da sociedade aos pés do mesmo altar, precisamente como elas estão misturadas aos olhos de Deus".
E conclui assim: "O Catolicismo pode induzir os crentes à obediência, mas não os prepara para a desigualdade (...). O Catolicismo é como uma monarquia absoluta. À parte o príncipe, as condições são muito mais iguais aí do que nas repúblicas".
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