31 dezembro 2011

a democracia liberal

A semana passada, a Imprensa noticiou um acontecimento que passou despercebido - o regresso do últimos contingente de tropas americanas do Iraque.

A experiência durou oito anos. Os americanos foram para o Iraque com o duplo objectivo de depôr o ditador e instituir um regime de democracia-liberal no país.

Destituir o ditador eles destituiram. Mas onde é que está a democracia-liberal?

A experiência merece reflexão, tanto mais que, neste período, ceifou a vida a centenas de milhar de pessoas, um número que continua a crescer todos os dias. Estava assente numa base teórica - a tese do Fim da História e do Nation Building. Segundo a tese do Fim da História, a democracia liberal, que na América provou tão bem para tirar o povo em massa da miséria, seria imitada por todo mundo, todo o mundo acabaria a desejar viver nesse regime, gerando-se um consenso sobre o regime político que poria fim a todos os conflitos que, tradicionalmente, tinham marcado a história da humanidade. Era o fim da História, uma espécie de orgia universal no salão da democracia-liberal.

Em lugar disso, porém, aquilo que os americanos deixaram para trás no Iraque foram os iraquianos aos tiros uns aos outros.

A democracia não é um regime político universal, e muito menos permanente.

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