06 setembro 2011

à deriva



A cultura católica é uma cultura feminina, uma cultura onde predominam os valores da Mulher, e em que os homens são postos ao serviço dos valores femininos, nisso consistindo a sua virilidade. A Igreja Católica é assim, uma figura de Mulher - Maria -, servida por homens - os padres. A imagem própria da Igreja é a de um corpo de Mulher estampado em caras de homem.

Um país católico é também assim. O povo (ekklesia: comunidade) é a parte feminina da relação, enquanto a elite, que é constituída só por homens, é a parte masculina. Tal como a Igreja para funcionar harmoniosamente necessita de um equilíbrio adequado entre os valores da Mulher (Maria) e os valores masculinos - os dos padres - que a servem, assim também um país católico, como Portugal, para se realizar e prosperar necessita de um equilíbrio adequado entre o povo, a mulher, e a elite, o homem desta relação.

Quando este equilíbrio é desfeito, e os valores femininos predominam avassaladoramente sobre os valores masculinos, ou, pior ainda, quando os valores masculinos predominam avassaladoramente sobre os valores femininos, Portugal torna-se um país difícil para viver, porque o pêndulo oscilou então excessivamente para um dos lados.

Quando Portugal vive em democracia existe desequilíbrio, os valores femininos predominam excessivamente na sociedade, porque é o povo - o portador dos valores femininos - que fica numa situação de proeminência. Portugal passa então a ser um país semelhante àquele que seria um país habitado exclusivamente por mulheres, exagerando de um lado e do outro as qualidades e os defeitos da natureza feminina. A principal qualidade é do coração - a compaixão -, o principal defeito é do intelecto - a indecisão.

Imagine um navio só com mulheres, as quais decidiram partir à aventura por esses mares fora. Passados dias, o navio está no alto mar. Em que situação estará o navio, a rumar para norte, para sul, para este, para oeste, ou para qualquer outro ponto intermédio?

Nenhuma das respostas acima. Está parado, à deriva, com elas todas lá dentro a discutirem qual a direcção a tomar, e incapazes de se entenderem acerca do rumo a seguir.

É assim que está Portugal.

Sem comentários: