As reacções aos ataques à Igreja Católica podem ser analisadas como um case-study da difusão das ideias em Portugal.
Quando os ataques começaram, eu e o PA fomos dos primeiros a denunciar o carácter político dos ataques e o facto de serem protagonizados por activistas conhecidos, sem qualificações nem escrúpulos. A racaille da pseudo-elite intelectual.
No dia 4 de Abril e sem qualquer troca de ideias, ambos reagimos (aqui e aqui) a este texto do Times, que era obviamente insultuoso para a Igreja Católica e para Bento XVI.
As reacções não se fizeram esperar. Foram tantas que o número de visitas ao PC quase duplicou de um dia para o outro.
A maioria foi insultuosa e rasca, mas mesmo as críticas mais articuladas não escaparam à tentação de denegrir os argumentos apresentados e de nos atacarem “ad hominem”.
No dia 11 de Abril reagimos de novo a este ataque (aqui e aqui). Perante o espalhafato, eu senti-me até obrigado a dizer que as minhas opiniões não tinham sido formuladas em cima do joelho.
A imprensa internacional continuou na sua cruzada contra a Igreja Católica, mas entretanto começou a tornar-se evidente a natureza dos ataques e a sua proveniência.
No dia 16 de Abril, o artigo do Paulo Pinto Mascarenhas no i, já reflectia a percepção desta realidade a que o autor chamou, e bem, a nova inquisição.
Hoje, no Público, VPV rematou o assunto, afirmando que os ataques são de natureza política por Bento XVI ser considerado, nos círculos progressistas, um reaccionário. Case closed.
Reparem, os primeiros a manifestarem as suas opiniões são insultados (mesmo tendo razão). Entra-se depois num período de latência, em que o tema é digerido. O bom-senso, porém, demora algum tempo a emergir e a ser transmitido pelas vias oficiais (órgãos de comunicação social). Por fim, surge uma eminência intelectual, certificada e lacrada, a confirmar o óbvio. A partir daí toda a gente mete o rabo entre as pernas, mas ninguém aparece a dar razão a quem a teve de início e a manifestou sem reservas.
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