Os posts do nosso companheiro de blogue PA têm despertado tantas paixões na Net que é natural que comecemos, falo por mim, a sentir algum ciúme por vermos tantas meninas babadas à volta dele. Obviamente são raparigas católicas que admiram a autoridade patriarcal do PA.
A última que caiu na rede foi esta piquena da pastelaria. Reparem na forma requintada como a moça conseguiu demonstrar, na prática, a tese do PA.
Ele há coisas que a gente pensa que já não existem mas existem. Por exemplo: Pedros Arrojas.
Eu sei que a história do mundo não tem confirmado assim tanto a escatologia feliz proposta por Hegel e Marx. Tenho até algumas dúvidas sobre os ganhos da emancipação feminina. Mas caraças! Chamarem-me estúpida é que não.
Afinal, de onde é que esse tal Pedro Arroja me conhece para afirmar assim do pé para a mão que eu seria incapaz de compreender o meu marido (que até ver não tenho...) se este resolvesse dedicar um dia da sua vida à especulação metafísica, filosófica ou teológica fechado num quarto sozinho, eventualmente rodeado de livros?
De onde é que ele eventualmente me conhece para afirmar que eu possuo um enorme sentido prático da vida e me falta sentido metafísico?
Ao autor de tais dislates paleolíticos, três coisas:
1. Desafio-o a discutir comigo (mas nunca no seu quarto, era o que mais faltava...) as provas da existência de Deus de Santo Anselmo. E se conhecer algo de mais metafísico, faça favor.
2. Peço-lhe encarecidamente que, no intervalo das suas meditações filoteológicas, me ajude em alguns problemas práticos para cuja resolução já desisti de contribuir. Assim de repente, consigo lembrar-me do lavatório de uma das casa de banho que pinga, da janela da sala do meio que não fecha, do impresso do IRS que não sei preencher, de um espelho pesadísimo que precisava de pendurar na parede, de uns quantos puxadores de porta fanados...
3. Finalmente, garanto-lhe que sou um exemplar confirmado do género feminino, não tenho bigode nem nunca me foi detectada nenhuma produção excessiva de testosterona.
E quanto ao resto deixe-me que lhe diga: se houvesse um Prémio Nobel da Praticalidade, perdão, Imbecilidade, ia direitinho para si.
Ele há com cada um!
Eu desconfio que nesta pastelaria não se conseguiria estudar nada, quanto mais filosofia ou teologia.
Com este sucesso, lá teremos de nos contentar com as sobras. Raparigas que ainda não tenham entrado na vida da blogosfera e que detestem computadores, mas que adorem fazer compras na Zara com um tio que lhes saiba ler... a sina.
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