A disponibilidade apresentada por Marcelo Rebelo de Sousa para se candidatar à chefia do PSD, na sequência da derrota de Setembro último, não provocou a vaga de fundo que o professor esperaria. A intenção de “unir o partido”, condição por ele posta para avançar, não suscitou interesse por aí além. Daí que seriam necessárias duas condições para que essa intenção de liderança se pudesse manter e ser bem sucedida: evitar a eleição directa do líder sem debate interno prévio que permitisse o surgimento de uma alternativa à candidatura de Passos Coelho; e provocar um facto político que provocasse a sensação de união em torno de Marcelo. O primeiro requisito foi assegurado por Pedro Santana Lopes e pela Direcção actual do partido, um e outros pouco interessados numa vitória de Passos, ao conseguirem enxertar um congresso extraordinário antes da eleição. A segunda condição resultará da eventual desistência de Paulo Rangel e de José Pedro Aguiar Branco em favor da candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa, como já começa a ser falado por fontes próximas dos dois candidatos. O efeito de um congresso pré-eleitoral que corra mal a Passos e bem a Marcelo, e da desistência de dois dos três candidatos em jogo, ainda por cima desavindos entre si, será mais do que suficiente para levar Marcelo Rebelo de Sousa à presidência do partido e à chefia do governo português num breve prazo de tempo. É isto que o PSD quer e é esta esperança que Marcelo está a deixar crescer ao, entre outras coisas, não ter ainda propositadamente definido o seu futuro vínculo à TVI, situação que anunciou que só resolveria depois do congresso do PSD. Está à espera de quê?
Sem comentários:
Enviar um comentário