Sempre escrevi muito sobre política e tenho escrito muito pouco ultimamente. Ao enfado natural da blogosfera, que a todos ataca cedo ou tarde, adicionou-se uma razão muito mais importante. Tenho escrito, como liberal, sobre uma realidade que não é a nossa. E só compreendi plenamente o que é a nossa realidade política desde que, de há uns meses para cá, aprofundei consideravelmente os meus conhecimentos sobre a Revolução Francesa. Nós somos filhos de Danton, Robespierre, Saint-Just, Desmoulins, Couthon, Fouché, Pétion, Brissot, Marat, Hébert e de tantos outros pulhas e patifórios de calibre igual ao destes. Esta é a nossa família, estes são os nossos ascendentes. Não vale a pena procurá-los noutras paragens, nomeadamente em genealogias anglo-saxónicas-austríacas, que não encontraremos ninguém. Julgo que o Pedro Arroja sentiu isto há algum tempo, embora, presumindo que não conheça profundamente a Revolução Francesa, procurou a nossa identidade noutras longínquas paragens. Nos próximos tempos deixarei a política. Vou dedicar-me, com o João Távora, à música. Um destes dias, quando voltar a escrever a respeito, só tratarei da Revolução Francesa. O mesmo é dizer de nós.
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