O Professor Cardoso Rosas escreveu mais um artigo sobre a direita, tema em que ameaça tornar-se especialista, ainda que quase sempre se engane a respeito. Desta vez, o Professor Rosas analisa as atitudes da esquerda e da direita portuguesas em resposta à crise financeira, entusiasmando-se com o «combate agressivo» que a primeira lhe moveu, e frustrando-se com a falta de soluções da segunda. De passagem, assinale-se que o dito «combate agressivo» consiste em «investimento público, grandes obras, enfim, activismo do Estado», provavelmente o tal «liberalismo de esquerda» de que o Professor Rosas nos tem academicamente falado com rigor científico e dogmático. Já a direita nada fez ou sugeriu para resolver uma crise que iria pôr em causa, segundo o Professor Rosas, «o processo de privatizações e de desregulamentação que ela própria liderou». Fala em quê e em quem, o Professor Rosas? Nos governos de António Guterres e de José Sócrates? Nas privatizações de Cavaco Silva, sem as quais não nos teríamos sequer conseguido manter na União Europeia? O Professor Rosas acha que, numa sociedade de esquerda «liberal», a banca e os jornais devem ser do estado? Ou será que foi o errático governo de Durão Barroso e o longo consolado de Santana Lopes que causaram a infelicidade da desregulamentação? De que fala e de quem fala o Professor Rosas, afinal?
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