Como é que poderíamos classificar, em termos culturais, os principais partidos políticos que se apresentam às próximas eleições legislativas?
Esqueçam as conotações de “esquerda” e “direita” e pensem segundo duas vertentes: um eixo emoção/ razão e um segundo eixo realidade/ fantasia.
Nesta matriz, que eu desenvolvi, o PS surge no quadrante superior esquerdo. José Sócrates apela directamente às emoções dos portugueses e propõe-nos um programa fantasioso de investimentos e de modernização do País, que, se Deus quiser, nunca sairá do papel.
O PSD parece-me equilibrado entre os apelos à emoção e à razão, mas a líder, Manuela Ferreira Leite, recusa-se a apresentar-nos uma visão que entusiasme e motive os portugueses.
O BE, tal como o PS, também pertence ao quadrante superior esquerdo, embora mais destacado, em termos de ruptura com a realidade, como se os seus militantes tivessem ingerido um dose fermentada de LSD, da qual nunca mais recuperaram.
O PCP também é fantasioso, mas menos alucinado e mais previsível.
O CDS/PP, por fim (e para surpresa minha) surge destacado como o partido mais equilibrado. Nem emocionalista nem racionalista e, na outra vertente, nem hiper-realista nem fantasista.
Se os portugueses não estiverem chalados, no próximo dia 27, segundo as suas perspectivas ideológicas e interesses, devem distribuir os seus votos, preferencialmente, entre o PS, o PSD e o CDS. Em particular, este último partido pode ajudar a “equilibrar” uma futura solução governativa.
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