Depois do abalo inesperado das eleições europeias, José Sócrates demonstrou nervosismo, abatimento pessoal e político, e ensaiou uma inflexão estratégica – o célebre “português suave” – que lhe ia saindo muito cara. A tempo e horas alguém lhe terá segredado que o caminho era outro: voltar à sua postura normal, afirmativa e até mesmo arrogante, apresentar, antes de férias, o seu programa eleitoral, fazer meia dúzia de intervenções públicas a castigar os silêncios do PSD, e partir de férias prolongadas, mudo e quedo. Esta estratégia, que se iniciou no debate parlamentar sobre o estado da nação, parece partir dos seguintes pressupostos: que José Sócrates não deve mudar de estilo em cima das eleições, sob pena de reforçar mais ainda a ideia de falta de seriedade que algum país vai tendo dele; que devia tornar claras as linhas políticas e programáticas do PS, explorando o contraste com a inexistência das mesmas no PSD; mas e sobretudo, que se deixasse a cena livre para o partido rival, este acabaria por se encarregar de lhe dar os votos necessários à vitória nas legislativas.
Infelizmente, os seus estrategas parecem ter acertado.
Infelizmente, os seus estrategas parecem ter acertado.
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