Foi hoje anunciada a criação de mais um banco em Portugal. Trata-se do Banco Privado Atlântico (BPA), essencialmente detido por capitais angolanos que agora se junta a outras duas entidades bancárias controladas por accionistas de Angola (o BAI e o BIC, além da participação da Sonangol no BCP). Em comum, todos parecem ter como negócio principal a banca de investimentos. E, porventura, também a banca privada, embora esta não seja assumida oficialmente porque os bancos não fazem lavagem de dinheiro!
Esta tendência é curiosa. Numa altura em que o "el dorado" oficial dos empresários portugueses continua a ser Angola, parece que são os angolanos que procuram Portugal. E parece também que os tugas que foram para África estão a arder...De resto, quando José Eduardo dos Santos cá esteve recentemente, o objectivo da sua viagem foi apenas um: atraír investimento português para enterrar em Angola, porque o angolano, safa, tem é de o tirar de lá!
Enfim, como a recente viagem de Hillary Clinton evidenciou - em que a secretária de Estado norte-americana apertou com Eduardo dos Santos e este retaliou cancelando a conferência de imprensa conjunta - África, e Angola em particular, são locais absolutamente imprevisíveis. O risco é quase de casino. E são os próprios africanos que mal se apanham com uns milhões nas mãos os colocam bem longe dos restantes indígenas - não vá o diabo tecê-las! Eu acredito que a riqueza de um país resulta do seu povo e das suas elites. Não dos seus diamantes, nem do seu petróleo. E é por isso que, infelizmente, não acredito em Angola (ao contrário do Brasil, no qual acredito e muito).
É que o exemplo que a elite (?) angolana está a dar é bizarro. Então, se a economia angolana promete crescer a 10 ou 15% ao ano, que faz esta gente em Portugal onde o crescimento potencial do PIB é inferior a 2%!??! Não sei...mas ainda bem, porque é preferível que estas fortunas sejam transferidas para Portugal do que para outro sítio qualquer. Venham eles! O país precisa.
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