Esta ribombante deserção de Moita Flores, com destaque na primeira página do Expresso e entrevista no interior a maldizer a líder do partido que o elegeu e a apelar ao voto no Partido Socialista, não espanta. O que espanta é que Moita Flores tenha sido catapultado, há quatro anos, por um partido supostamente conservador para a presidência de um importante município português. É o que dá ser um albergue espanhol, onde cabem todos desde que tragam votos e poder. Moita Flores nunca foi um homem de direita, nem sequer do centro, e só entrou na lista dos notáveis do PSD porque é uma figura mediática que trazia votos. O PSD não tem ideologia, nem programa e não vale nada como projecto para o país. É somente uma federação de interesses, circunstancialmente unidos por líderes fortes e capazes de chegar ao poder. Se a liderança é fraca, como sucede de há quatro anos para cá, e o poder é pouco mais que uma miragem, ninguém respeita ninguém no laranjal.
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