O PA não se apercebe mas, nas suas teses, ao longo do tempo, são inúmeras as incongruências das suas afirmações.Poderiam mesmo ser contraditados cada um dos seus posts recentes com algumas das suas anteriores afirmações.Cita-se apenas uma, entre muitas, dessas inconsistências:(...) Torna a Igreja, e os povos sujeitos à sua influência, extremamente conservadores. Andam atrás da civilização, em lugar de correrem à frente dela. Liderar a civilização foi aquilo que a Igreja fez nos seus primeiros séculos de existência quando o Império Romano ruiu e a civilização ficou à deriva. Agora já não consegue.
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Em 22/Dezembro/2007 dizia (em the articles of the faith):“A Igreja Católica é frequentemente acusada de ser uma instituição conservadora - e, na minha opinião, é isso que ela deve ser. Não compete à Igreja liderar a humanidade e assumir os riscos da liderança e da inovação - riscos que já a teriam desprestigiado e destruído. Pelo contrário, é a função principal da Igreja seguir atrás da humanidade, retendo os valores, as instituições e os comportamentos que, de uma forma permanente, provaram ser bons para a humanidade, sem nunca se deixar seduzir pelas modas e pelas popularidades dos tempos. E isso a Igreja, mau grado algumas cedências e hesitações, tem conseguido fazer, e o Papa Bento XVI que é um sofisticado conservador, fá-lo de forma eloquente.A Igreja Católica possui, na sua tradição, todos os ingredientes que, combinados num delicado equilíbrio, constituem as condições essenciais a uma sociedade livre, próspera e pacífica, como já notei numa série de posts publicados neste blogue e iniciada aqui. São eles: não possui orgão legislativo, possui democracia, possui abertura e meritocracia, possui descentralização e poder local, possui autoridade e hierarquia, não possui poder arbitrário, possui justiça humanizada, possui assistência aos pobres, possui igualdade de tratamento.”Talvez entenda bem, agora, as razões dessa sua súbita mudança de visão e de azedume para com a Igreja (principalmente por quem tinha grande apreço pelo Papa Bento XVI).
Tem mesmo muito a ver com as recentes posições do Papa, na Carta Encíclica – Caritas In Veritae -, sobre os problemas económicos e sociais dos nossos tempos… PA continua a ser um defensor do capitalismo neo-liberal, não é ? Diga-nos lá que não é…
MS
Anonymous 07.13.09 - 10:26 pm #
Caro(a) MS,
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Eu tenho grande consideração pela Igreja Católica e seria a última pessoa a desejar-lhe mal. Mas a Igreja Católica, como qualquer outra pessoa ou instituição, não é Deus. Tem também os seus defeitos, e são esses que eu tenho procurado analisar nos últimos posts, não com o objectivo de a rebaixar, mas com o propósito de contribuir para a sua melhoria.
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Eu sei que na cultura católica ou se é a favor de alguma coisa ou se é contra, não há meio termo - isto é, não há julgamento. Eu não tenho apreço por este aspecto da cultura católica, e por vários outros como já muito bem percebeu.
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Quanto às incongruências, se as detectou, ainda bem, espero que lhe sirvam para alguma coisa. Mas estamos de volta à cultura católica, que sempre procurou racionalizar o mundo em termos de um todo coerente (uma cultura que se pretende universal não poderia fazer de outro modo). Eu, pelo contrário, não tenho nenhuma evidência que o mundo seja um todo racional (ou, se é, não está ao alcance da minha capacidade). Mas não está o mundo cheio de incongruências? Porque haveria eu de ser diferente? Tentar racionalizar de forma coerente um mundo sem coerência aparente (v.g., porque morrem as crianças?) é uma grande asneira intelectual.
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Finalmente, a sua questão - sou ou não um neo-liberal? Sempre a sua cultura católica a condicionar-lhe o pensamento. Como esta cultura é muito conservadora, nela o importante é aquilo que um homem é porque se supõe que fica assim para sempre. Daí a preocupação em classificar-se as pessoas, em tirar-lhes o retrato (porque se espera que o retrato aos 20 anos será igual quando ela tiver 60), em lugar de se lhe fazer o filme. Eu não tenho essa preocupação. Já me atribuiram todos os adjectivos relacionados com liberal, neo, hiper, extremista, até decano dos neoliberais. Nunca ninguém alguma vez me viu definir-me como liberal ou não-liberal, ou leu uma definição minha sobre a minha própria pessoa nesta matéria.
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Portanto, não vou poder responder-lhe. Eu espero ser amanhã sempre diferente daquilo que sou hoje. E, desejavelmente, melhor. Já agora, é este um dos aspectos principais que distingue a cultura protestante da católica - a diferença entre o Cristo morto da cruz - que fica igual para sempre - e o Cristo ressuscitado e vivo - que muda todos os dias. E já agora, outro detalhe: Cristo estava-se realmente nas tintas para aquilo que os outros pensavam dele e como o classificavam.
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PA
PA
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