"Vamos lá então às ideias:
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É ou não verdade que todos os homens são pecadores?É ou não verdade que o próprio Jesus, antes de subir ao céu deu aos apóstolos o mandato para perdoarem os pecados?"Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados ficarão perdoados: àqueles a quem os retiverdes ficarão retidos" (Ev. João, 20, 22-23)Jesus escolheu os homem como mediadores do seu perdão, para assegurarem aos homem que Deus os perdo-ou, como ele fez em tantos casos: "Ninguem te condenou? Também eu nã te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar" (Ev João 8, 10-11).
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Já agora: o perdão nunca depende do julgamento do padre (não há um julgamento) mas sim do arrependimento do pecador e do seu esforço de conversão.
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Francisco,
Francisco,
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i) Claro que todos os homens são pecadores - isso é reconhecido por católicos e protestantes. Essa não é a questão. A questão é que os católicos põem o ênfase no pecado, reduzindo o Cristianismo a um código moral. Ora, acontece, primeiro, que do ponto de vista da moral o Cristianismo nem sequer é inovador, porque os preceitos morais enunciados por Cristo nos Evangelhos já eram pregados muito antes d'Ele, como, por exemplo, a célebre Regra de Ouro.
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Tornando o Cristianismo um código moral e um código moral que não sendo particularmente inovador é, não obstante, muito exigente, o Catolicismo fez do Cristianismo um fardo para o homem e burocratizou a religiosidade. "Porte-se bem!" é a mensagem central do catolicismo, que depois acrescenta. "Mas no caso de não se portar bem, venha ter connosco que nós resolvemos-lhe o problema" (através de certos procedimentos burocráticos que são os sacramentos). No limite, a única maneira de um homem se assegurar que não comete pecados é estar quieto. Falta graça ao catolicismo (não no sentido popular-católico de piada, mas no sentido protestante de iluminação divina).
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O Protestantismo não é sobretudo isto. Aqui, o Cristianismo é um projecto de vida, uma experiência nova de vida, uma experiência para a qual o homem parte livre de todos os fardos e pesadelos (como mencionei aqui). O catolicismo põe o ênfase na morte de Jesus (e na redenção dos pecados), o protestantismo põe o ênfase na ressurreição (e numa vida nova). No protestantismo, a moral decorre deste projecto de vida nova, e não é a finalidade última da vida, como no catolicismo.
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2. Quanto aos padres, eles estão lá para fazer alguma coisa, pelo menos para ajudar ao arrependimento ou julgar quão genuíno é o arrependimento do pecador. Caso contrário, não seriam necessários para nada. É por isso que o protestantismo os torna dispensáveis, defendendo que um homem só se justifica perante Deus, nunca perante outros homens (padres).
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