25 junho 2009

Trabalhar no duro


Na caixa de comentários deste post referente à Autoeuropa, um indignado leitor anónimo escreveu o seguinte: "Espermos que os senhores que se manifestão tão indignados agora com as posições radicais dos trabalhadores da AE, se manifestem quando a vossa Administração/Patrão os colocar contra a parede para trabalharem ao Sabado com remuneração normal! É a luta dos nossos pais e avós que estamos a descartar."

De facto, é bem possível que, no caso dos países menos competitivos na cena internacional, como é o caso de Portugal, essa seja uma medida que, rapidamente, nos permita recuperar algum défice de competitividade. Pelo menos, não seria mau de todo solicitar à União Europeia uma claúsula de "opt out", a exemplo daquela de que beneficia o Reino Unido, e que nos isentasse da obrigatoriedade associada ao descanso semanal de 48 horas decretado pela burocracia de Bruxelas.

Já sei que, ao olhos de muitos, esta proposta será anacrónica e um verdadeiro atentado aos direitos fundamentais dos trabalhadores, mas o nosso défice de competitividade só será resolvido se a) existir uma redução dos salários reais; b) aumentarmos a produtividade do país ou c) as duas anteriores. Quanto à primeira, no cenário de deflação que actualmente caracteriza a nossa economia, passa pela redução dos salários nominais. Quanto à segunda, passa por aumentar a "produção", ou seja, trabalhar mais. Sim, trabalhar mais. Pela simples razão de que quem mais trabalha, a prazo, melhor trabalha. Em Portugal, infelizmente, ainda estamos habituados a pensar o contrário, isto é, que é possível trabalhar bem, trabalhando pouco. Mas na realidade não é assim.

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