Em que consistiria a aplicação do modelo O na reestruturação do sector da saúde, em Portugal?
Consistiria, em primeiro lugar, na descentralização administrativa. Todas as unidades do SNS têm de ser autónomas para gerirem os seus recursos de acordo com os interesses das populações locais. A empresarialização não foi acompanhada de autonomização, infelizmente.
Em segundo lugar, o modelo de gestão, em cada unidade de saúde, tem de evoluir, do actual modelo de “comando e controle”, para uma gestão mais matricial, mais participada.
Todos os trabalhadores têm de ser envolvidos neste processo. Todos têm de conhecer a missão da organização e “vestir a camisola”. Não podemos continuar com o modelo funcional, demasiado compartimentado e hierarquizado. São soluções do passado.
Em terceiro lugar, devem ser adoptadas todas as modernas ferramentas de gestão, desde logo as informáticas (o que aliás já começou a ser feito). E, no meu ponto de vista, toda a informação deve estar disponível ao público. Nada se passa de sigiloso nos hospitais, excepto o que diz respeito à privacidade dos doentes que deve ser absoluta.
Por fim, as populações têm de ser ouvidas e respeitadas. Aliás, também as populações devem participar, dentro do possível, em qualquer reestruturação.
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