A falta de originalidade do pensamento político português, a que me refiro no post anterior, é a outra face do espírito de imitação que caracteriza a nossa cultura, e a que Teixeira de Pascoaes faz referência aqui, apontando-o como um dos maiores defeitos da cultura portuguesa.
Como tenho vindo a referir, os portugueses só acreditam nas ideias que são partilhadas pelo grupo. Uma ideia original, por definição, não é partilhada pelo grupo. Por isso, os portugueses não são originais. O português típico não acredita nas suas próprias ideias e, por isso, tem medo de as expôr, porque a reacção do grupo é invariavelmente céptica, se não mesmo destrutiva. As ideias originais na nossa cultura permanecem uma miragem.
Como tenho vindo a referir, os portugueses só acreditam nas ideias que são partilhadas pelo grupo. Uma ideia original, por definição, não é partilhada pelo grupo. Por isso, os portugueses não são originais. O português típico não acredita nas suas próprias ideias e, por isso, tem medo de as expôr, porque a reacção do grupo é invariavelmente céptica, se não mesmo destrutiva. As ideias originais na nossa cultura permanecem uma miragem.
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E, no entanto, aquilo que Portugal mais precisa são ideias originais que procurem conceber soluções e instituições adaptadas à sua cultura e aos valores dos tempos. Nunca essas ideias sairão, como nunca sairam, das universidades. As universidades em Portugal foram fundadas pela Igreja para difundirem as ideias da Igreja quando ela tinha poder. Hoje continuam a ser instituições para difundir as ideias do poder, significando as ideias do PS, do PSD, do CDS, do PP e do BE, as quais são invariavel e monocordicamente ideias importadas do estrangeiro e de uma cultura diferente e , portanto, ideias em segunda mão.
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Em Portugal, a originalidade do pensamento político e social vai ter de partir de homens e mulheres independentes e fora das instituições, com a confiança suficiente no seu intelecto e a coragem suficiente para arriscarem a sua reputação expondo-as e defendendo-as publicamente. Esses homens e mulheres não se encontram nas universidades e nas instituições, e muito menos nos partidos. Aí encontram-se precisamente os menos originais de todos.
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