Noticia hoje o jornal Público que as "vendas de antidepressivos diminuem em tempo de crise". De seguida, vários especialistas apontam diversas razões para o decréscimo no consumo de psicofármacos entre os quais a crise económica que reduziu o poder de compra dos doentes.
Caros leitores, não vou esconder que foi com grande regozijo que li esta notícia. Na minha opinião, a generalidade das pessoas que consomem estes medicamentos de forma crónica não precisam de o fazer. Bem sei que a minha opinião não é especializada, mas reflecte aquilo que, julgo eu, qualquer pessoa de bom senso pensará. Ou seja, que a ajuda do medicamento, aqui ou acolá, pode auxiliar o ser humano num determinado momento de instabilidade emocional. Mas que o consumo crónico apenas o destrói, em especial na ausência de patologias graves como a esquizofrenia ou afins.
Não é segredo que em Portugal existe um consumo excessivo destas substâncias (psicofármacos, psicotrópicos, etc). O português e a portuguesa deprimem facilmente. Seja por insatisfação profissional ou pessoal, existe a tendência para cair na ratoeira da ajuda psicológica. Primeiro, com uma ida ao psicólogo, para conversar e desabafar. E, depois, ainda pior, indo ao psiquiatra, para tratar sabe-se lá o quê. Pelo que tenho observado, quando se entra na segunda fase, dificilmente, de lá se sai. Por isso, ganhei um ódio de estimação aos psiquiatras cuja terapia, em geral, é pôr as pessoas a dormir, de consulta em consulta, "knock out", "voando sobre um ninho de cucos"...para sempre.
Enfim, este post é apenas uma opinião pessoal. Não tem base científica rigorosamente nenhuma. E, provavelmente, será injusto com alguns profissionais da psiquiatria. Também sei que o tratamento de muitos doentes, aqueles com patologias graves, não tem mesmo outra alternativa que não a medicação pesada. Mas não aceito que pessoas normais, capazes, inteligentes, interessantes, mas emocionalmente inseguras, sejam sequestradas pelos comprimidos receitados por alguns vilões da psiquiatria que por aí pululam. E não faltam casos assim. Infelizmente, eu tenho assistido a uma situação destas de perto, pois um dos meus melhores amigos decidiu fazer dos comprimidos um modo de vida. Não tem nenhuma doença. Não tem nenhuma limitação. E não há nada que o impeça de viver uma vida que, verdade, está aquém daquilo que ele poderia ter, excepto ele próprio. Mas não há forma de o convencer disso mesmo. Outrora, um tipo fantástico. Uma mente criativa. Um espírito radioso. Agora, um ser amorfo. Sem alma nem paixão. Alienado e castrado. Os meus parabéns ao filho da puta que lhe indicou este caminho.
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