14 março 2009

sólidas


Não é a primeira vez que um leitor me pergunta porque é que eu ando a escrever sobre os temas a que tenho dedicado a maior parte dos meus posts num meio como a internet, e ainda por cima num blogue aberto. A tal ponto que um leitor até já previu que eu deixaria em breve de escrever na internet. Não para já.

A resposta é simples. O povo português é imensamente liberal e variado, significando que, perante uma ideia, dele se pode esperar a maior variância de reacções possível, desde a mais inteligente, num extremo, até à mais disparatada no outro. Acreditando eu plenamente no poder da razão, a minha conclusão é, então, a de que se as minhas ideias conseguirem resistir a este meio que pode ir até ao limite do extraordinariamente hostil, e ainda assim sobreviverem sólidas que nem uma rocha, é porque são verdadeiras.

Provavelmente, a ideia mais contestada é o facto de eu utilizar a religião como principal factor explicativo dos comportamentos humanos numa sociedade, e em Portugal em particular. A contestação intensa tem servido para firmar em mim a profunda convicção de que a religião não é meramente o factor principal para explicar os comportamentos humanos numa sociedade. É, de muito longe, o factor principal.

Uma sociedade humana, como a história evidencia, pode viver sem sol ou sem chuva, pode viver sem democracia ou sem ditadura, pode viver sem calor ou sem frio, pode viver sem paz ou sem educação, pode viver até, durante algum tempo, sem comida ou sem bebida, porque acabará por a descobrir. Aquilo sem o qual uma sociedade humana não pode viver é sem a ideia de Deus. Não há nenhuma que o tenha feito.

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