Provavelmente uma das características mais vincadas do homem comum português, quando é chamado a emitir uma opinião ou a produzir um julgamento é a sua parcialidade, ou falta de objectividade (cf., por exemplo, aqui). Trata-se de uma das manifestações mais frequentes e mais grosseiras da sua incapacidade para julgar. Os exemplos mais marcante, e que estão à vista de todos, acontecem nos programas televisivos de debate, especialmente nos desportivos e nos de carácter político.
Nos programas desportivos, aos olhos do comentador convidado, quando a sua equipa perde é sempre por culpa do árbitro, e os erros do árbitro são sempre contra a sua equipa. Nos programas de cariz político, aquilo que caracteriza a opinião de cada interveniente é que a ela é sempre favorável à sua própria causa, e na maior parte dos casos ele é incapaz de fazer justiça, por mínima que seja, à causa oposta. A verdade está toda, e por inteiro, do seu lado e dos seus, e não sobra nada para o outros.
A parcialidade ou a falta de objectividade é uma consequência directa de o português típico não confiar no julgamento dos outros. Por isso, quando chega a altur de produzir julgamento, ele decide pela sua própria cabeça. Porém, dada a radical insegurança íntima que habita no seu espírito acerca da sua própria capacidade de julgamento, ele vai procurar confirmá-la junto dos outros, que são invariavelmente a sua família e o seu grupo de amigos e conhecidos e, mais geralmente, os seus correligionários. O resultado é inevitável. Ele agora tem a verdade, uma verdade que até é partilhada por outros (leia-se, os seus amigos e conhecidos). Quando chega a altura de decidir, ele não tem dúvidas nenhumas - decide a favor dos amigos.
É esta parcialidade ou falta de objectividade dos julgamentos do homem do povo que contribui para arruinar a credibilidade dos regimes democráticos em Portugal. Quando o homem do povo chega ao poder e tem acesso aos recursos do Estado, que são os recursos do contribuinte, ele é chamado a pronunciar julgamento e a tomar decisões sobre uma multiplicidade de assuntos que respeitam à vida pública: Quem nomear para um certo lugar? A quem adjudicar um contrato do Estado? A quem atribuir uma certa subvenção pública? Quem nomear para receber uma alta distinção do Estado?
Os seus julgamentos e as suas decisões nestas matérias são inteiramente previsíveis.
Nos programas desportivos, aos olhos do comentador convidado, quando a sua equipa perde é sempre por culpa do árbitro, e os erros do árbitro são sempre contra a sua equipa. Nos programas de cariz político, aquilo que caracteriza a opinião de cada interveniente é que a ela é sempre favorável à sua própria causa, e na maior parte dos casos ele é incapaz de fazer justiça, por mínima que seja, à causa oposta. A verdade está toda, e por inteiro, do seu lado e dos seus, e não sobra nada para o outros.
A parcialidade ou a falta de objectividade é uma consequência directa de o português típico não confiar no julgamento dos outros. Por isso, quando chega a altur de produzir julgamento, ele decide pela sua própria cabeça. Porém, dada a radical insegurança íntima que habita no seu espírito acerca da sua própria capacidade de julgamento, ele vai procurar confirmá-la junto dos outros, que são invariavelmente a sua família e o seu grupo de amigos e conhecidos e, mais geralmente, os seus correligionários. O resultado é inevitável. Ele agora tem a verdade, uma verdade que até é partilhada por outros (leia-se, os seus amigos e conhecidos). Quando chega a altura de decidir, ele não tem dúvidas nenhumas - decide a favor dos amigos.
É esta parcialidade ou falta de objectividade dos julgamentos do homem do povo que contribui para arruinar a credibilidade dos regimes democráticos em Portugal. Quando o homem do povo chega ao poder e tem acesso aos recursos do Estado, que são os recursos do contribuinte, ele é chamado a pronunciar julgamento e a tomar decisões sobre uma multiplicidade de assuntos que respeitam à vida pública: Quem nomear para um certo lugar? A quem adjudicar um contrato do Estado? A quem atribuir uma certa subvenção pública? Quem nomear para receber uma alta distinção do Estado?
Os seus julgamentos e as suas decisões nestas matérias são inteiramente previsíveis.
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