Por onde os portugueses passam, eles deixam frequentemente a luz da verdade, ou pelo menos as pistas para lá chegar, em virtude do seu apego radical à verdade. Porém, após a suas passagem, ficam invariavelmente no caminho os escombros da sua iniquidade, resultante da sua falta de julgamento radical.
Aquilo que agora aconteceu numa Escola de Barcelos não podia ser mais português. É por todos conhecida a verdade que os portugueses possuem acerca dos ciganos - a de que eles não são pessoas fiáveis. Se esta verdade tivesse começado por ser admitida, talvez a solução que se encontrasse a seguir tivesse sido uma solução envolvendo alguma equidade.
Mas não. Ocultou-se a verdade, como se ela não existisse. Depois, a solução não podia deixar de envolver a maior iniquidade. Segregar crianças numa escola, separando-as das outras, é já de si uma iniquidade que roça os limites da indignação. Mas metê-las depois num contentor passa a ser uma crueldade. É caso para dizer: "Isto não se faz a ninguém. Nem mesmo aos ciganos". A falta de julgamento é total.
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