25 março 2009

"Olha ... não m'alembra..."


Cristo não respondeu a Pilatos porque a verdade não se oferece para litigação. A verdade não é litigável. Definir a verdade, dizer o que ela é em público, seria oferecer o alvo que os inimigos da verdade gostariam de ter para a contestar. Não foi, portanto, como pretende Kelsen, por considerar a verdade pouco importante que Cristo não respondeu à questão de Pilatos. Foi por considerar a verdade excessivamente importante, e para a proteger, que Cristo não lhe respondeu.

A naturalidade com que Pilatos passou a outro assunto depois de fazer a pergunta "Que é a verdade?" deixa antever que ele não esperava uma resposta. De resto, no assunto que estava sob julgamento, o próprio Pilatos possuia a verdade e, por isso, absolveu Cristo. Não é certo que ele não lhe tenha piscado o olho quando lhe fez a pergunta.

Existem, porém, pelo menos duas outras lições a tirar da pergunta de Pilatos e da ausência de resposta por parte de Cristo. Primeiro, a verdade não se diz em público, quando muito aponta-se-lhe o caminho. Segundo, e mais importante, as pessoas que visam a destruição começam por definições. A verdade seria destruida se Cristo a tivesse definido. A definição é o alvo de que os destruidores necessitam para logo em seguida dispararem. Este blogue, mais uma vez, fornece evidência substancial a este propósito. Os comentadores cujo único propósito é destruir passam o tempo a pedir definições. Até a definição de verdade tem sido aqui frequentemente reclamada. A resposta só pode ser a de Cristo.

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