13 março 2009

Eu e Hofstede


Comentário a este post:

"Ambas são válidas, mas a dedutiva que o Pedro Arroja utiliza permite chegar a conclusões mais abrangentes, nomeadamente no sentido espacial e temporal. Ao saber que os seus resultados se aplicam à realidade do passado e se confirmam no presente, o PA pode projectá-los no futuro, permitindo-se assim especular acerca dele.
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Sabe também que se aplicam a toda uma sociedade em geral para a qual definiu os limites (P vs. C) porque os factos de que parte foram fornecidos pelo próprio objecto de estudo. Hostfede apenas consegue caracterizar uma dada sociedade (ou realidade), embora alargada, num dado momento do tempo e do espaço. Como a sua definição é abstracta, aplica-se de forma ilimitada, mas por isso mesmo pode falhar em relação a um sector mais específico cujas características caiam foram da definição inicial.
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Hostfede pode também especular sobre os dados obtidos em relação ao futuro, mas as suas certezas serão menores. É a recorrência factual na corrente temporal que nos dá essa certeza. Posso prever um dado comportamento no futuro porque assim se produziu no passado, podendo ser ainda confirmado no presente. Se Hostfede quiser no futuro confirmar a valia da sua tese vai ter que percorrer todo o processo de novo, fazer novos inquéritos, analisar os resultado, etc. O PA não precisa de fazer isso, precisa apenas de voltar a confirmar (ou não) a validade dos grandes factos de que partiu anteriormente para saber se a realidade se mantém ou se alterou e para monitorizar os desvios. Ao PA basta fazer isto periodicamente, mas Hostfede terá que o fazer continuamente.
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Acrescento ainda que as conclusões de PA só poderão ser consideradas verdadeiras, portanto válidas, dentro do espaço que ele próprio definiu à partida (P. vs. C. com maior focalização na realidade portuguesa). As conclusões de Hofstede podem ser válidas de forma mais global, mas a sua veracidade e relevância será maior nuns casos e menor noutros.
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Miguel"
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De facto, o Hofstede parte de uma definição de feminilidade que é muito questionável, atribuindo à feminilidade características (v.g., menor competitividade e menor assertividade) (*) que são altamente discutíveis. Se estas características não descreverem fielmente a realidade, as suas conclusões serão falsas - serão o espelho da falsidade das suas premissas ou definições. Pelo contrário, eu nem sequer defini feminilidade. Apenas a caracterizei por uma facto essencial: são as fêmeas que ficam grávidas e dão à luz.
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O conhecimento (conclusões) baseado na análise de Hofstede é inteiramente subjectivo porque subjectivas são as suas premissas ou definições. Ele atribuiu à feminilidade aquelas características; outra pessoa teria atribuído características diferentes. O conhecimento (conclusões) baseado na minha análise é inteiramente objectivo (alguém duvida que são as fêmeas que ficam grávidas e dão à luz?)
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(*) Mas que garantia dá Hofstede que as fêmeas sejam menos competitivas e menos assertivas que os machos? Nenhuma. É óbvio que Hofstede vem de um país protestante onde as mulheres são obviamente menos competitivas e menos assertivas (na esfera privada, que não na pública). Mas a realidade portuguesa (católica) é exactamente ao contrário. Se ele conhecesse realmente as fêmeas portuguesas facilmente iria concluir que não existe fêmea mais competitiva na Europa Ocidental, não em relação ao emprego ou às honrarias públicas, mas em relação às outras fêmeas a propósito do macho. Já para não falar na sua afirmatividade, não em público que é um espaço onde se podem consentir aparências, mas em privado que é onde as coisas importantes se decidem. Ele que entre numa casa portuguesa, e vai ver quem manda lá dentro. É a patroa, não o marido.

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