17 fevereiro 2009

juiz


Para os leitores interessados no tema que tenho vindo a desenvolver aqui e aqui, que é o de mostrar que os processos impessoais - como o processo do mercado - também falham, e quando falham é estrondosamente, gostaria de sugerir dois exercícios de abstracção.
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Primeiro, vá de volta a este post e pergunte-se porque é que o processo do mercado aí descrito falhou. A resposta está dada no post. Falhou porque lhe faltou aquela figura a que chamei juiz, uma pessoa com autoridade para mandar parar o processo logo que as irracionalidades que ele próprio desenvolveu passaram a predominar: banqueiros a emprestar dinheiro que não tinham, um jovem casal a endividar-se para a vida, uma velhinha de 73 anos a comprar uma máquina de lavar com garantia de 20 anos e em prestações a 10 anos, um estudante de magra mesada a oferecer jóias à namorada, um homem em vias de ficar desempregado a ir passar férias com a família às Ilhas Maurícias.
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Segundo, vá de volta a ambos os posts, mas em lugar do mercado económico, considere o mercado político. Os produtores são agora os políticos e as empresas os partidos políticos; os profissionais da promoção e do marketing são os próprios políticos profissionais; os produtos são os projectos de governação oferecidos pelos diferentes partidos. Do lado da procura, os consumidores são os eleitores, os preços são os impostos. Verá que obtém as mesmas conclusões.

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