09 fevereiro 2009

o céu


Sob o título "Paris s'inquiète de la fragilité de la zone euro", o jornal Le Monde, de sábado passado, traz um artigo de primeira página em que o Presidente Sarkozy se mostra muito preocupado com a vulnerabilidade da zona euro e dos seus membros mais fracos - os PIGS -, depois de uma conversa telefónica mantida com o Presidente Obama, que lhe assegurou que a crise financeira está muito mais próxima do início do que do fim.

A presidência checa da UE é julgada ineficaz e o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, é visto como mais preocupado em fazer lobby junto dos Estados-membros para obter a reeleição para um segundo mandato, do que em lidar com a crise.

A intervenção do FMI para ajudar os países mais fracos é vista como um fracasso da zona euro, que conduziria à sua própria destruição. Restam duas soluções.

A primeira consiste em um Estado em dificuldades resolver o problema por si próprio. É a solução alemã: "ajuda-te a ti próprio, que o céu te ajudará". A outra consiste em os outros Estados-membros organizarem uma operação de salvamento aos países em dificuldades. Segundo o jornal, porém, esta solução "coloca graves problemas jurídicos e políticos. O artigo 101º do Tratado de Maastricht proíbe explicitamente que os bancos centrais se financiem uns aos outros e prestem socorro aos Estados nacionais. Esta exigência foi feita pela Alemanha que não queria financiar os países do Club Med ( Itália, Espanha, Portugal, Grécia), acusados de serem incapazes de controlar as suas finanças públicas, e resumida pelo antigo ministro-presidente da Baviera, Edmund Stoiber: 'Uma União europeia feita de transferências financeiras é tão provável como uma fome na Baviera'"

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