A direita portuguesa é, também, regra geral, imensamente compreensiva. Ela compreende, e quase desculpa, os erros e os excessos dos socialismos, que ela sabe terem sido provocados pelos “excessos” e pelos “erros” do capitalismo. Por outras palavras, para a direita portuguesa Marx é filho da Revolução Industrial, e o socialismo mais não foi do que uma reacção humanamente compreensível à “desumanidade” do capitalismo e aos "excessos" do mercado. Por isso, a direita portuguesa gosta de temperar o mercado com o estado, a livre iniciativa com a tutela pública, em suma, a liberdade com o autoritarismo. Por isso, também, não a ouvimos protestar contra o “fim do mercado livre”, que o governo recentemente decretou, nem a vimos assustada com os diagnósticos económicos da nova Administração americana, com a qual, lá no fundo, ela até simpatiza. A direita portuguesa compreende que a liberdade, por si mesma, não funciona.
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