Neste post pretendo concentrar-me apenas sobre a ideia de verdade. Tendo estabelecido no post anterior que a tradição católica chega à verdade pela razão, a pergunta que imediatamente ocorre é:
Então e a tradição protestante, como é que chega à verdade?
A resposta é: por julgamento (que resulta da litigação). Não pretendo elaborar agora sobre este ponto, excepto para remeter o leitor para outra afirmação que fiz no mesmo sentido quando escrevi que, para a tradição protestante, "a verdade está na justiça".
O meu propósito neste post é outro e o seguinte. Na Filosofia moderna, o filósofo mais representativo da tradição católica, aquele que sustentava a tese de que se chega à verdade pela razão, é Descartes, ele próprio um católico fervoroso. No outro extremo, numa antítese radical, David Hume, o empiricista, sustentava que é impossível chegar à verdade pela razão, que só se chega lá pelos sentidos, e que, portanto - ao contrário do que pretendia Descartes - a verdade é uma questão de julgamento e, por isso, subjectiva: "Eu acho (julgo) que isto é verdade..." ou, alternativamente, "Eu acho (julgo) que isto não é verdade...". Não deve parecer surpreendente que Hume seja originário da Escócia, à época, como ainda hoje, um dos países mais profundamente protestantes.
.
Depois de Descartes e Hume surgiu Kant. O sentido da obra de Kant é largamente o de arbitrar, ou julgar, entre estas duas teses opostas, a saber: Chega-se à verdade pela razão ou pelo julgamento? (por outras palavras, é a verdade objectiva ou subjectiva?). Kant propõe-se ser o juiz entre o católico Descartes e o protestante David Hume.
Qual foi a sentença?
Não é meu propósito indicá-la agora (fá-lo-ei mais tarde em adenda ao post). Gostaria apenas que o leitor reparasse na composição do tribunal. Como partes litigantes, um católico, de um lado, um protestante do outro. E o árbitro ou juiz? O atributo essencial da justiça é a imparcialidade, pelo que será adequado perguntar se o árbitro deste jogo é imparcial. A resposta é que Kant era um homem de cultura profundamente protestante, a tal ponto que ficou conhecido para a história como o "filósofo do protestantismo".
O que é que acha que vai saír daqui?
Então e a tradição protestante, como é que chega à verdade?
A resposta é: por julgamento (que resulta da litigação). Não pretendo elaborar agora sobre este ponto, excepto para remeter o leitor para outra afirmação que fiz no mesmo sentido quando escrevi que, para a tradição protestante, "a verdade está na justiça".
O meu propósito neste post é outro e o seguinte. Na Filosofia moderna, o filósofo mais representativo da tradição católica, aquele que sustentava a tese de que se chega à verdade pela razão, é Descartes, ele próprio um católico fervoroso. No outro extremo, numa antítese radical, David Hume, o empiricista, sustentava que é impossível chegar à verdade pela razão, que só se chega lá pelos sentidos, e que, portanto - ao contrário do que pretendia Descartes - a verdade é uma questão de julgamento e, por isso, subjectiva: "Eu acho (julgo) que isto é verdade..." ou, alternativamente, "Eu acho (julgo) que isto não é verdade...". Não deve parecer surpreendente que Hume seja originário da Escócia, à época, como ainda hoje, um dos países mais profundamente protestantes.
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Depois de Descartes e Hume surgiu Kant. O sentido da obra de Kant é largamente o de arbitrar, ou julgar, entre estas duas teses opostas, a saber: Chega-se à verdade pela razão ou pelo julgamento? (por outras palavras, é a verdade objectiva ou subjectiva?). Kant propõe-se ser o juiz entre o católico Descartes e o protestante David Hume.
Qual foi a sentença?
Não é meu propósito indicá-la agora (fá-lo-ei mais tarde em adenda ao post). Gostaria apenas que o leitor reparasse na composição do tribunal. Como partes litigantes, um católico, de um lado, um protestante do outro. E o árbitro ou juiz? O atributo essencial da justiça é a imparcialidade, pelo que será adequado perguntar se o árbitro deste jogo é imparcial. A resposta é que Kant era um homem de cultura profundamente protestante, a tal ponto que ficou conhecido para a história como o "filósofo do protestantismo".
O que é que acha que vai saír daqui?
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Adenda: Leia o veredicto no meu próximo post.
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