O estatismo introduziu subtilmente, ao longo dos anos, a ideia de que a segurança dos cidadãos é a sua própria segurança. A partir daí, a subversão foi fácil: os direitos individuais, insignificantes e comezinhos em face do Grande Interesse Público, são secundários e podem ser sacrificados em nome do interesse colectivo. O estado não tem que garantir os direitos individuais, mas aquilo que quem governa entende ser o interesse público, onde se diluiu a individualidade. É evidente que este é uma falácia útil apenas para fundamentar e justificar os actos de quem governa. Bastaria dizer que cada governo (e às vezes o mesmo) tem uma interpretação distinta do que é o interesse público, para concluir que este não passa de mera decisão política ocasional e frequentemente interessada e interesseira. Basta lembrar, por exemplo, que em 1975 o Grande Interesse Público ditou as nacionalizações e o fim da propriedade privada. Hoje, a velha máxima mussoliniana do “tudo pelo estado, nada contra o estado” está mais viva do que nunca. E é contra esta mentalidade, contra o estatismo, que é preciso reagir.
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