28 janeiro 2009

não é um critério de verdade


Eu coloquei este post, não para me divertir ou para troçar do autor(a). Mas para mostrar porque é que Portugal não poderá nunca ter uma cultura científica de massas como existe em Inglaterra ou nos outros países protestantes.
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A minha tese foi apresentada aqui. Uma tese destrói-se, ou por argumento intelectual fundado, ou por refutação empírica. Na Inglaterra ou nos EUA era muito provável que algum estudante de mestrado ou doutoramento se interessasse pela tese e a fosse testar. Seria necessário tempo, dinheiro e outros recursos. Mas o teste empírico não põe dificuldades práticas apreciáveis. Desenvolve-se um índice da côr da pele; desenvolve-se em seguida um índice da intensidade das relações sexuais entre um casal. Observa-se o valor destes dois índices numa amostra de mil casais na Suécia e outros tantos em Portugal ou Itália. Faz-se, finalmente, uma análise da regressão do índice da côr da pele sobre os seus determinantes (clima, alimentação, índice da intensidade sexual, etc). A tese é refutada se o índice da intensidade sexual não fôr estatisticamente significativo.

No caso de a tese passar o teste, ela faz notícia nos jornais. "Investigadores da Universidade Tal descobriram que quanto maior é a intensidade das relações sexuais numa cultura mais morena tende a ser a côr da pele" - e é assim que nascem os cientistas nesses países.

Aqui, a tese não é discutida, e muito menos testada. Ela é posta de lado sem qualquer argumento intelectual, muito menos empírico. Apenas pela invocação de um critério - o ridículo - que, obviamente, não é um critério de verdade. É apenas um nome que se deu à tese - e um nome não muito simpático. Reacções desta natureza são as que predominam na caixa de comentários ao post.

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