05 janeiro 2009

Médicos nos hospitais


O conselho de administração do Hospital de S. João no Porto decidiu publicar a lista dos médicos faltosos no sentido de combater o absentismo e promover a produtividade dos seus quadros clínicos. A medida promete ser polémica e já provocou a ira do bastonário da Ordem dos Médicos que hoje, no JN, afirma "Os economistas estão a dar cabo do exercício da medicina e a pôr em causa os direitos dos doentes". De acordo com a notícia, o bastonário acrescenta ainda que "a Saúde é uma área específica que não pode reger-se por critérios económicos".

Enfim, recentemente, a propósito do nascimento da minha filha pude observar o funcionamento dos serviços de obstetrícia do dito hospital. Sendo certo que nada faltou, nem meios nem recursos humanos, a verdade é que, em alguns momentos, em particular à tarde, pude registar a ausência de médicos. O parto, por exemplo, foi inteiramente conduzido por enfermeiras. E, claro, no dia 1 de manhã, médicos nem vê-los. Só pessoal de enfermagem e auxiliares. A ideia com que fiquei é que os médicos só são chamados em caso de urgência o que, francamente, não me parece correcto. Assim, a produtividade é baixa e, provavelmente, a eficácia da reacção médica perante uma urgência é também menor.

Portanto, entendo a medida da administração do hospital como adequada. Gostava também de sugerir à administração do hospital S. João que daqui em diante todo o pessoal (médicos, enfermeiros e auxiliares) esteja devidamente identificado com nome e função. É que, no S. João, a única forma de distinguir os médicos dos enfermeiros ou dos auxiliares é pela cor das batas, o que também não me parece adequado, em especial em caso de urgência e, sobretudo, se for preciso pedir responsabilidades a alguém.

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