26 janeiro 2009

até os comemos


No tempo do Eça havia razão para os portugueses ficarem embasbacados com a Inglaterra. O nível de vida em Portugal, medido pelo PIB per capita, era apenas 30% do inglês. Com a implantação da República as coisas pioraram e o nível de vida em Portugal passou a representar pouco mais de 20% do inglês. No final da década de 20 tinha voltado ao seu valor de longo prazo, cerca de 30%. (Ver aqui)

Foi então que Salazar chegou ao poder. A Grã-Bretanha era nessa altura o nosso principal parceiro comercial, representando cerca de 30% das nossas trocas comerciais com o exetrior, e manter-se-ia assim por várias décadas. As nossas empresas e as empresas britânicas estavam assim em competição directa nos dois mercados nacionais. A nossa recuperação foi então extraordinária. Quando o Estado Novo caiu em 1974, o nosso nível de vida face ao inglês tinha duplicado, passando para 60%. A este ritmo, nós seríamos hoje mais ricos que os ingleses e eles teriam de produzir um Eça de Queiroz britânico para nos mostrar ao mundo como exemplo.

Mas o Estado Novo caíu em 1974. Desde então o progresso foi nulo.

Sem comentários: