Paulo Portas pretende regressar ao poder em 2009. Ele sabe que a sua sobrevivência à frente do CDS depende disso: o partido e a direita não o aguentarão mais quatro anos na oposição. Para isso, ele sabe que conta apenas consigo. Com a boa imagem, sobretudo televisiva, que consiga manter até ao dia das eleições. É-lhe, pois, indiferente que saiam um, dois ou inúmeros dirigentes. O PP de Portas foi sempre o partido de um só homem, o que não significa exactamente que tenha sido um partido de um homem só. Todos que por lá andavam sabiam disso e conformaram-se com isso, pelo menos enquanto a liderança de Portas lhes rendia alguma coisa. Portas é um político profissional, um dos muito poucos que restam à direita, é combativo, incisivo, pensa bem e fala melhor. Não lhe será difícil valorizar-se perante uma direcção do PSD num estado cataléptico, e traduzir essa mais-valia em votos. De resto, o PP de Portas nunca se viu tão bem nas sondagens como nos últimos tempos. No momento pós-eleitoral, o PP de Portas irá indistintamente para o governo com o PSD ou com o PS. Em relação ao primeiro, tem afinidade histórica e ideológica. Em relação ao segundo, tem o precedente do 2º governo constitucional, ao tempo justificado pela emergência de uma crise que não era muito pior do que a actual.
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