Toda a gente se indigna com a tradicional deserção condicionada dos nossos deputados eleitos em listas partidárias, que passam a “independentes” e permanecem deputados. O caso ocorreu, agora, com um qualquer cavalheiro do CDS que foi parar milagrosamente à Assembleia, vindo de um obscuro quarto lugar da lista de deputados do círculo Porto. O homem parece que foi colocado nas listas, sem honra nem glória, a pedido (a mando) do chefe do partido que acabou de renegar. Os partidos não podem, porém, queixar-se desta situação. A coisa deve-se exclusivamente a uma legislação eleitoral feita e desenhada para agradar aos directórios partidários, e para manter o controlo das listas de deputados. Volta e meia, lá sai um “desertor”, um “traidor”, em “magarefe” que, em vez de restituir o lugarzinho ao chefe, fica a gozar as prebendas que este lhe dá até ao fim da legislatura. Experimentem os partidos mudar a lei eleitoral e criar círculos uninominais, que a coisa será diferente. Para os partidos e, naturalmente, para os Carvalhos da política, que terão de suar para se conseguirem sentar nos cadeirões de S. Bento.
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