16 dezembro 2008

ferramenta

A política é a prossecução do sexo por outras vias*. Como mamíferos, a nossa existência está submetida a um princípio fundamental: “crescermos e multiplicarmo-nos”. Todos os outros objectivos são subsidiários deste, logo a política não passa de uma ferramenta sexual (permitam-me a brejeirice).
A democracia liberal e capitalista parecia oferecer a melhor oportunidade a todos para se reproduzirem. Conferindo uma pequena parcela de poder a cada indivíduo (cada genótipo) e criando as condições para que cada um desenvolvesse as acções necessárias à sua sobrevivência e à dos seus.
Contudo, algo ocorreu que nos fez perder o rumo. Por razões que não adianta muito discutir, porque seriam especulativas, as democracias liberais têm-se vindo a tornar cada vez mais iliberais e o jogo evolutivo cada vez mais viciado. A um ponto tal que, nos países ocidentais, as taxas de nascimento já não permitem uma estabilização demográfica das populações. Ora nenhum sistema político pode ter futuro nestas condições.
A democracia liberal e capitalista, o sistema político de maior sucesso de sempre, e até apontado, por Fukuyama, como o Fim da História, está portanto ameaçado. Para compreendermos porquê, temos de analisar o que se está a passar na célula reprodutiva da espécie humana, a família.
Porquê tantos divórcios? Porquê tão poucos filhos? Porquê tantos casais sem filhos? Porquê tantos homossexuais?
Se não soubermos dar resposta a estas perguntas, a democracia liberal e capitalista não será o fim da História, mas apenas o fim da nossa história.

* Citado do meu livro "O Sonho Americano e o Pesadelo Europeu".

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