A propósito dos meus posts sobre o deboche, como elemento de declínio civilizacional, o nosso atento comentador Pedro SÃi, deixou as seguintes observações:
Sejamos objectivos. Esqueça essa doutrina religiosa da IC ou de outra qualquer confissão.
Por que razão é que isso a que chama deboche não é virtude ? (Ou que seria virtude, que para o caso iria dar ao mesmo). É que para o dizer tem que enumerar razões, não é "porque a Igreja diz", que isso não é fundamento, não é nada.
Para além disso, não vejo mais valia social nenhuma (nem menos valia, diga-se) em frugalidade e exigência de laços afectivos nos relacionamentos sexuais.
Penso que são comentários que vale a pena evidenciar e responder porque reflectem o tal declínio de que falo. Que futuro poderá ter uma cultura que não distingue a virtude do vício?
Eis as minhas respostas:
A virtude é a procura de Deus e da verdade. Não me refiro a qualquer religião ou doutrina religiosa (eu não sou religioso). A procura de Deus e da verdade, para mim, é apenas uma postura filosófica que implica estudo, dedicação e esforço. Não é possível qualquer reflexão metafísica sob o efeito do álcool ou de drogas, a inteligência que temos já é pouca para a tarefa, mesmo sem psicotrópicos.
E porque é que a virtude tem mais valor do que o vício? Porque nos permite alcançar a imortalidade, a maior ambição humana. Enquanto o vício apenas fornece carne para os vermes.
A frugalidade, que devemos ter em tudo, é o oposto do consumismo que nos conduziu à crise que atravessamos.
Quanto à necessidade do amor romântico. Porque permite estabelecer os laços duradouros necessários para criar e educar os filhos, outra forma de atingirmos a imortalidade.
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