15 novembro 2008

Ámen


Hoje fui a um casamento diferente. Entre dois fiéis da Igreja Cristã Maranata. A noiva, uma antiga assistente da clínica dentária onde a minha mulher trabalha, convidou-nos e lá fomos. Foi uma experiência nova e, apesar de eu não ser muito dado à religiosidade, tenho a dizer que gostei do que vi.

Primeiro, foi uma cerimónia alegre. Os cânticos, neste caso liderados por uma pianista/vocalista provida de um talento extraordinário, conduzem à boa disposição e permitem libertar o stress ou frustrações acumuladas. Nesta cerimónia, ao contrário da missa católica, o fiel sai da oração cheio de esperança e cheio de força interior.

Segundo, senti uma noção de comunidade que não sinto em cerimómias católicas. Este culto é muito mais inclusivo do que a fé tradicional. Existe uma coesão invulgar entre os fiéis. Não só nos deram uma Bíblia logo à entrada, como no final nos vieram perguntar quem nós éramos, de onde éramos e se tinhamos gostado de participar. Mas sempre sem nos querer impingir o que quer que fosse.

Terceiro, o carácter de informalidade. À saída, aproveitei para conversar com o pastor - um engenheiro agrónomo português que trabalha numa grande multinacional alemã - para apurar as diferenças entre a Igreja Católica e o culto da Igreja Cristã Maranata. Falou-me do carácter profético que esta pretende conferir à interpretação do testamento e da palavra do Senhor. Mas aquilo que mais me chamou a atenção foi a expressão que utilizou quando se referiu à sua função naquela cerimónia: "ESTOU pastor". Não foi "sou" pastor. Foi "estou" pastor.

No regresso a casa, vim a pensar no significado daquela expressão. E também na facilidade com que estes cultos conseguem atrair novos crentes. Não apenas aqueles provenientes de meios socio-económicos desfavorecidos, mas também gente de outros extractos da sociedade. A diferença desta fé para a Católica é a de uma promove a proximidade entre os fiéis enquanto que a outra se coloca num pedestal que, por vezes, a torna inacessível.

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